Condie by Liza

O que eu talvez tivesse a dizer sobre a troca de Colin Powell por Condoleeza Rice como Secretária de Estado a Liza Sabater, do Culture Kitchen, disse antes. E melhor.

(Quem for até lá não esqueça de ler o primeiro post a que ela se refere, Condoleezza Rice, a Sally Hemmings for the 21st Century; eu me apaixonei por ele quando li pela primeira vez.)

O único consolo que eu consigo ver nesse troca-troca — daqui de baixo, Rice é ainda pior — é que a Condie tem pernas mais bonitas que Powell.

It looks as though they're here to stay

Lendo uma entrevista de Chuck Berry — que completou 78 anos por esses dias –, me surpreendo com uma declaração dele:

Q: If you had one piece of music that would play in your mind forever, what would it be?
A: The song “Yesterday.” I wish I’d have written it. It fits me to a T. I can hear it over and over and over.

Eu sou o único beatlemaníaco que simplesmente passa batido por Yesterday? Certo, a canção é bonita. O arranjo pode ser considerado revolucionário. Na história dos Beatles, é a primeira canção “solo”, já que nenhum outro beatle participa da música. Criou ciúme dentro da banda. Serviu para uma pequena vingança de McCartney (contra a mãe de uma ex-namorada, que disse que ele não tinha sentimentos: no dia em que a apresentou ao vivo pela primeira vez, ligou para ela e mandou que assistisse ao programa. “Vamos ver se eu não tenho sentimentos”). É a música mais regravada do mundo. A mais tocada.

E com tudo isso, eu passo direto de I’ve Just Seen a Face para Dizzy Ms. Lizzy.

***

De qualquer forma, esse é um elogio e tanto vindo de Chuck Berry — que além de ter definido o papel da guitarra no rock and roll foi um dos melhores letristas de sua geração.

Em Memphis, Tennessee ele fala com absoluta simplicidade sobre um pai que mora longe da filha. Em Brown Eyed Handsome Man, sobre as vantagens sexuais de um homem negro — e prenunciou em vários anos o black is beautiful. Havana Moon conta uma história deliciosa de desencontro, doce como poucas canções daquela época. Para alguns mais empolgados, School Days prenuncia maio de 68.

Um fato de que pouca gente lembra é que os Beatles eram uma grande banda cover. Compare, por exemplo, sua versão de Twist and Shout com a original dos Isley Brothers. Mas quando a música é de Berry — normalmente cantada por Lennon, que o apresentou uma vez como “meu herói” — suas versões são fidelíssimas, reverentes, até. Lennon seria processado por plágio de You Can’t Catch Me em Come Together, e se as pessoas prestassem atenção veriam que Beautiful Boy deve muito, muito a Havana Moon. Os Beatles simplesmente não tinham coragem de alterar as músicas de Chuck Berry. Isso deve significar alguma coisa.

Mercado Municipal Thales Ferraz

A primeira coisa que vejo é o aleijado.

Ele se arrasta pela calçada oposta no mesmo sentido que eu, movendo quase rápido as pernas atrofiadas, uma crosta branca e grossa nos joelhos. Não se incomoda com o sol forte, com a calçada quente. Ele tem que chegar antes que tudo acabe, parece uma aranha com suas pernas finas dobradas e articulações inchadas.

É por causa dele que olho em direção ao seu destino: na esquina uma multidão interrompe o trânsito. A patuléia está em volta de um carro branco da polícia, um Santana com letras bem grandes, verdes: 1o BP.

Na calçada de cá as pessoas comentam. Eram dois. Já vinham roubando bicicletas por aqui fazia algum tempo, a polícia vinha de olho neles. Um conseguiu fugir. Esse aí vai apanhar que só a porra. É pouco. A mulher que fala isso não olha para ninguém, olha para a confusão. Na voz a revolta por uma vida de não-conseguires, e a sensação de que a prisão do ladrão de bicicletas vai compensar o salário que não ganhou, a barriga que não a abandonou, as rugas que não saem do seu rosto, o homem que não lhe quer. A idéia de cada soco que caia sobre o rapaz talvez lhe alivie um pouco do fardo que lhe fizeram carregar.

O aleijado se mete na multidão, ansioso, fica embaixo do porta-malas. Ele agora participa de tudo aquilo; talvez ache que a miséria não é só dele.

Os policiais colocam o rapaz no porta-malas do Santana do 1o BP da PM. Não empurram, não batem, apenas não o tratam com gentileza desnecessária. Por cima dele colocam as duas bicicletas apreendidas, de alguma forma é com elas que o prendem ali; talvez não haja violência maior que essa. O dono da loja de roupas femininas, com seu tabuleiro na porta expondo calcinhas baratas, ri satisfeito: “Faz isso com ele não…” Nas pessoas em volta uma satisfação clara pela prisão de um ladrãozinho de merda, pela humilhação sofrida por ele. Talvez isso redima todas as outras que sofreram.

Um casal, com duas crianças no colo, sai da multidão. Ele traz no colo uma menina de talvez dois anos, mas pequena, podia mesmo passar por um. A mulher carrega um bebê de talvez um mês, fralda sobre o rosto o protegendo do sol.

Um homem gordo, barriga grande por fora da camisa, olhar vazio, me pede um cigarro. Eu dou, ele pede o isqueiro. Reparo em suas mãos, que seguram um pífano e um isqueiro. Calça sandálias de couro uns 4 ou 5 números maiores que dançam em seus pés. Atravessa a rua e volta para a confusão, quer ver mais um pouco, talvez consiga entender o que está acontecendo.

O carro da PM dá a partida e se move devagar, esperando que as pessoas finalmente saiam da frente. Assim que vê o caminho livre canta pneu avisando que são policiais, que essa saída intempestiva e poderosa é o que se espera deles. No banco de trás um sujeito, talvez dono de uma das bicicletas, faz um sinal de positivo para alguém do meu lado da rua. No porta-malas o ladrão de bicicletas. Sobre o ladrão, as bicicletas.

As pessoas começam a se afastar, em alguns rostos um sorriso impressionado. Voltam para as lojas de roupas baratas, para o ponto de ônibus, para o quilo de feijão que iam comprar. O dono da loja de roupas femininas pergunta: “De quem é esse dinheiro aqui no chão? As calcinhas eu sei que são minhas”, um riso despreocupado no rosto, e agora ele vai voltar a cuidar da sua vida.

Olho em volta e o aleijado sumiu.

Colecção Vampiro

Pelo menos para mim, livro policial é quase sinônimo de “Colecção Vampiro”. “A Milionária Perseguida”, último livro que comprei da série, é o volume 530 da coleção. Os que eu tinha lido, anteriormente, estavam ali pela casa dos 100. Foram comprados em sebos espalhados pelo país, principalmente em Salvador.

Esse livrinhos de bolso, mal impressos — é impressionante como a qualidade gráfica dos livros de Portugal é inferior à brasileira — em papel imprensa vagabundo, estão entre os primeiros que li em toda a minha vida. Desde pequeno venho primeiro folheando, depois desenhando nas guardas (é, já cometi esse crime; e ainda tenho, nas guardas de alguns deles, alguns personagens criados aos 10 anos), finalmente lendo pouco antes de começar a adolescência.

“Tira”, para mim, sempre significou o mesmo que “chui”; e naquela época eu encarava com naturalidade a mania portuguesa de incluir um c mudo nos lugares onde ele era menos necessário.

Fazia anos que eu não comprava um livro da coleção, provavelmente porque a maioria sempre foi composta de livros ruins, e são esses que afloram nos sebos Brasil afora. Mas dessa vez apareceu um Nero Wolfe.

A lista com os últimos 20 lançamentos, tradição da coleção, mostra que editar bons livros policiais está cada vez mais difícil. Nao há mais livros de Dashiell Hammett ou de Raymond Chandler para publicar; Rex Stout e Simenon são os que ainda conseguem dar dignidade à coleção, pelo simples fato de terem sido excessivamente prolíficos. Alguns outros nomes seguram a barra: John D. MacDonald, Ed McBain, e o fraquinho Patrick Quentin. O resto é gente desconhecida — Israel Zangwill? Eu jamais compraria um livro policial de alguém com esse nome. Nem de Margery Allingham — que ajuda a manter viva uma coleção antiga. Antigamente era um pouquinho melhor: o segundo time deles era composto por gente como Mickey Spillane e Erle Stanley Gardner (aliás, os livros de Perry Mason estão sendo escritos por um tal de Thomas Chastain; isso é um crime).

A qualidade gráfica também caiu. O livro foi impresso em 91; usam agora um tipo sem serifa, no mesmo velho e bom papel imprensa vagabundo. As capas perderam aquela graça de pulp fiction tradicional com ilustrações mais ou menos decentes e passaram a ser pulp fiction presunçosa, com fotografias indecentemente medíocres.

De qualquer forma, ainda é a Colecção Vampiro. É escrita no mesmo velho e bom português de Portugal, traz a mesma advertência de “Venda interdita na República Federativa do Brasil” embora seja da Editora Livros do Brasil, e tem a mesma cara de livro que você compra em aeroporto e que eu sempre comprei em sebos, e meu pai antes de mim.

Pesos e medidas

Da coluna da Belisa Ribeiro:

Desrespeito
Um hacker fez um link no site de pesquisa Google. Quem digita a expressão “déspota cachaceiro” é remetido para a página oficial da Presidência da República. A Secom enviará nota à empresa solicitando providências.

O engraçado é que eu digito bastard e não vou parar no site da Casa Branca.

Isso é injusto.

Carreira Solo

O Carreira Solo é um blog que se destaca dos demais. A maioria nos pretendemos ensaístas, cronistas, ficionistas, filósofos; o Mauro Amaral escreve um blog dirigido a profissionais, e é uma das iniciativas mais interessantes que a blogosfera nacional produziu.

Ultimamente ele vem escrevendo um mini-curso para aqueles que escolheram — ou foram escolhidos para — a vida de freelance. Pode ser comparado a uma espécie de Você S.A. com os dois pés na realidade. É uma das coisas interessantes da internet: o compartilhamento de experiências e a formação de comunidades. De certa forma, é um dos blogs mais americanos que temos, e uma iniciativa que vale a pena acompanhar. E isso, pelo menos nesse sentido, é um elogio.

(Além disso, em algum lugar no site há o portfólio do Mauro. É muito bom. Copiei alguns anúncios, há alguns meses, para escrever um post, mas como tantos e tantos outros, o post nunca foi escrito. Acho que não precisa.)

Cavalo árabe

Há algum tempo, perguntada sobre o cavalo árabe, a princesa Anne da Inglaterra deu o veredito: “It’s a useless horse“.

Minha primeira reação foi dizer que inútil é ela, parasita de um sistema feudal e ainda por cima feia como o cão. Mas a verdade é que o que ela falou tem sentido.

O árabe é lento demais para correr, pequeno demais para saltar, fraco demais para lidar com gado, fogoso demais para ser um cavalo de passeio. Já foi considerado o melhor aprimorador de raças (ainda é o único admitido em qualquer uma, se não me engano), mas é cada vez mais dispensável. Sua única aplicação restante, em um mundo de raças altamente especializadas, parece ser em enduros. É pouco.

Mas o comentário sobre a inutilidade do árabe só podia ter mesmo saído de alguém como a Anne. Porque não há, nunca houve, cavalo mais bonito que o árabe. É a cabeça mais bela que o mundo eqüino já viu. E quem viu um árabe galopar, com o rabo levantado, sabe que não há outro cavalo no mundo que lhe chegue aos pés.

Sua inutilidade só pode ser reconhecida por quem não consegue olhar de verdade para a beleza válida em si mesma.

Na capa da Hippus rediviva a propaganda de um garanhão árabe recém-chegado dos Estados Unidos. Seu nome é “Order Me a Shine”, como um gentleman inglês pedindo ao seu mordomo que aranje um engraxate.

Dentro da revista há algumas fotos, e o choque é enorme. O que eu vejo é um cavalo musculoso, quase um quarto-de-milha. É uma “nova linhagem” americana, que pelo que pude perceber quer criar cavalos de trabalho, que compitam em provas de apartação, laço, tambor, etc.

Nunca me identifiquei tanto com um esnobe inglês quanto ao ver isso. Porque é essa praticidade americana, incapaz de olhos para o que não seja útil ou lucrativo, que torna tudo mais rasteiro.

Os beduínos árabes demoraram séculos aperfeiçoando as linhagens de seus cavalos. Criaram cavalos resistentes e úteis, mas sempre, e acima de tudo, belos. E então um americano vem e destrói tudo.

O século americano está durando tempo demais.

Três livros

O primeiro é um livro de Rex Stout.

O título traduzido é terrível: The Doorbell Rang se tornou “A Milionária Perseguida”. Milionária perseguida, até onde sei, é o nome que a Xuxa dá à sua… Ah, esquece.

The Doorbell Rang é mais um livro da Colecção Vampiro. É de 1965, um dos últimos da série de Nero Wolfe. Tem todos os elementos de um típico “Wolfe”. Os personagens são os mesmos e desempenham os papéis de sempre. Pode-se esperar de Wolfe a genialidade dedutiva e, de Archie Goodwin, o bom humor que suaviza um pouco o sujeito durão. Os mesmos coadjuvantes estão a postos, cada um desempenhando a contento seus papéis.

Mais uma vez, mais um livro lido, continuo sem compreender a fama dos livros de Wolfe. Têm a densidade psicológica de uma jarra de vidro. Neste livro, especificamente, um crime é cometido e chega-se ao final sem saber sequer quais as motivações reais do crime. Stout parece tão decidido a criar um padrão matemático, uma variação americana — e portanto mais “real” — do romance cerebral inglês que esquece algo básico: o crime é uma das coisas mais humanas que se pode imaginar. É um livro fraco, mais um da série, nada mais que isso.

Stout é um bom escritor policial. Sim, sim, seus livros são boa leitura. São agradáveis, em muitos momentos são inteligentes. Mas se é que é possível comparar literatura policial à navegação em alto mar, Nero Wolfe é apenas um barquinho fazendo navegação de cabotagem. A ele falta o que os legítimos noir têm de sobra:  densidade psicológica, um mergulho um pouco mais profundo nas razões de um crime.

Vou continuar lendo seus livros. São um grande passatempo. Mas sem nunca esperar mais do que é justo. Não é muito.

***

“A Travessura de Casper Holmes”, por seu lado, é mais um excelente Chester Himes. Himes não era exatamente um autor policial, como Stout ou Chandler. Era um escritor, e a série a que este pertence, dos detetives Grave Digger Jones e Coffin Ed, é só uma parte de uma literatura muito mais extensa.

Himes fazia literatura negra em um país onde isso é mais importante. O que ele descreve, principalmente, é a forma como os negros americanos se relacionam com o mundo branco à sua volta. Não é uma visão condescendente; não há espaço para uma dicotomia burra entre negros bonzinhos e brancos ruins. É isso que dá a Himes uma densidade literária altamente recomendável em romances policiais.

Talvez seja forçação de barra classificar Himes como autor policial, porque o que realmente importa nele é muito menos o crime do que a crônica de um momento importante da sociedade americana: o período entre o fim da II Guerra e as transformações sociais que acarretou e a explosão das lutas pelos direitos civis da década de 60. Mas seus livros são, acima de tudo, uma crônica da violência, como todo e qualquer tipo de racismo, e talvez por isso se encaixem tão bem na literatura noir.

Chester Himes — assim como seu descendente direto, Walter Mosley — é, principalmente, um grande escritor.

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E um Maigret.

Li meu primeiro e último Maigret há quase 20 anos. Já conhecia aqueles arremedos de noir como Mickey Spillane e Frank Gruber, ainda tinha um mínimo de respeito por Agatha Christie, e o que li não me agradou em nada.

Tantos livros, tão pouco tempo; e eu decidi que não iria dar a ninguém mais de uma chance, porque o tempo que me resta é muito pouco para que eu perca tempo lendo livros ruins.

Com o tempo o preconceito foi se arraigando, a distância ajudava— todo preconceito se baseia na ignorância, afinal —; via a fama, para mim injustificada, de Nero Wolfe e achava que Maigret também deveria ser assim, aquela coisa meio esquemática, uma espécie de Poirot menos esnobe e sem aquela cabeça de Humpty Dumpty.

Comprei “A Velha Senhora” porque por 3 reais eu compro até livro de poesia de gente que não conheço.

E o que vi foi uma coisa totalmente diferente.

Se há dois personagens totalmente diferentes entre si são Maigret e Nero Wolfe. Enquanto este é apenas um Sherlock Holmes mais gordo, mais preguiçoso e mais viado, aquele é um homem tão comum que chega a assustar. Maigret é a vitória da classe média. E tem toda a doçura humana que falta a Wolfe. É a imersão na psique dos personagens que faz com que os crimes sejam solucionados. E é essa atenção aos aspectos psicológicos que o diferencia de tantos outros personagens de terceira que pululam nos livros policiais.

Descobrir Maigret com 20 anos de atraso é provavelmente a maior prova da minha estupidez. Eu tenho que pedir perdão a mim mesmo.

As alegrias que o Google me dá (XIII)

jorge amado e a diferença entre seu livro e filme a morte e a morte de quincas berro d’água
Basicamente, a principal diferença entre um livro e um filme é que um filme é necessariamente mais superficial. No caso específico de “Quincas” a diferença é ainda mais profunda: o livro foi escrito e o filme não foi feito.

como aleijadinho descobriu seu talento
Foi aos poucos. Quando seu dedo caiu, ele resolveu esculpir uma lápide diferente. Quando uma orelha caiu, resolveu fazer uma estatueta. E assim, de pedacinho em pedacinho, ele percebeu que tinha virado um grande escultor — e que várias partes do seu corpo estavam faltando.

cartinha para o papai noel engraçada
“Querido Papai Noel: neste Natal eu quero ganhar uma viagem para o Taiti, uma Ferrari e um Rolex. O senhor poderia entregar aqui, no Morro do Vai Quem Quer?”

sexo kerry bush download brasil safada
Um doce para quem conseguir descobrir como essas seis palavras se relacionam umas com as outras. Eu não consegui.

resumo curto pequeno e objetivo memórias póstumas de brás cubas
Homem morre e escreve um livro. (Mais curto e mais objetivo que isso você não consegue, amigo. Juro.)

qual era a deficiência de beethoven
Ele era surdo. Qual a sua?

aleijadinho era negro existe foto dele?
Aleijadinho viveu no século XVIII, época em que as câmeras digitais começavam a substituir as de 35mm. Algumas fotos sobreviveram à Devassa de Vila Rica, mulher de hábitos absolutamente depravados e promíscuos que passou o rodo em homens como Tiradentes, Tomás Antônio Gonzaga e no próprio Toinho Lisboa. E são essas fotos, descobertas recentemente, que revelam uma grande surpresa histórica: Aleijadinho não era negro. Era japonês.

coração valente o rei tinha o direito de tirar a virgindade
O conceito, pelo menos, existia. Se chamava droit du seigneur. Era um costume correto. Afinal de contas, ser rei não é só aproveitar as benesses; tem que fazer as coisas chatas também. O triste é que era pouco ou nada usado, porque os camponeses, aqueles idiotas, não gostavam da idéia. Sei lá, deve ter a ver com aquela noção católica de que a gente tem que sofrer muito em vida, entende? No pain, no gain.

como manter uma vaca
Arranje um bom cartão de crédito. Senão ela vai dizer que você não a ama mais, vai dizer que poderia ter escolhido um homem mais bem sucedido, essas coisas.

siglas usadas cartoes credito disfarçar fatura
Tola. Você acha que seu marido está saindo com uma vaca (ver item acima) e pagando as contas com cartão de crédito, não é? Tola, repito. Motéis não dão um vacilo desses, ou pelo menos as empresas de cartões de crédito. Em vez de ficar preocupada com isso, procurando coisas onde não vai achar, se preocupe em ser uma esposa melhor e menos chata. Por outro lado, se seu marido anda pagando as farras dele com cartão, se separe, porque ele é um idiota.

resumo do livro olga de machado de assis
Conta a história de uma moça do Morro do Livramento que tinha olhos de ressaca, moça pobre mas limpinha. É uma história bonita. Você não viu o filme do Glauber Rocha, não?

fotos homens mexicanos nus
Deus do céu, por que você quer se castigar dessa forma? Que pecado hediondo você cometeu para merecer tamanha penitência?

nessas eleições de 2004 nos estados unidos a alguma diferencia para o brasil
O sujeito tem razão. No fundo, não há nenhuma. Eles continuam como superpotência e a gente continua na periferia. Vamos continuar o mesmo bando de cucarachos analfabetos de antes.

adolescentes de sergipe que querem namorar
Ah, não. Está começando cedo demais. Daqui a pouco os bebês já nascem com um perfil no Mercado de Carne Par Perfeito.

fotos de como obturar con amalgama
Eu imagino esse dentista. O paciente deitado ali, bocão aberto, e ele com a broca na mão enquanto olha para a tela do computador, seguindo o tutorial. “Ahora yo meto la brueca aqui…” Se bem que pode até dar certo. Deus protege os tolos.

porque os samurais usam aquelas roupas??
Compartilho solidariamente a sua estupefação. Com os mesmos dois pontos de interrogação.

mitos e lendas do folclore islamico folclore islamico
O Leafar é o mais famoso deles. É com ele que os pais educam seus filhos. Dizem que, se não comerem seus tabules, quando crescerem o Leafar vai entrar em seus haréns e traçar todas as suas mulheres.

fichamento manifesto comunista
Um espectro ronda a educação: o espectro do plágio. Plagiadores de todos os países, tomai vergonha na cara! Nada tendes a perder senão a ignorância que vos torna uns toupeiras!

contra-razões de apelação gratis
Que coisa. O sujeito deve estar arrancando a roupa do corpo do cliente, alegando que são as custas. E no entanto fica procurando modelos gratuitos de peças jurídicas na internet. Depois dizem que é implicância minha.

quero ver fotos dos mamonas apos a morte
Espíritos não baixam neste blog. Procure um centro espírita.

porque so os pobres ficam presos?
Porque são pobres. Se fossem ricos pagavam um bom advogado, um que pelo menos soubesse o que é um habeas corpus.

guia de sobrevivencia aeromocas
O primeiro capítulo é: “Como sobreviver àquele bêbado da primeira classe que não pára de passar a mão no seu rabo”. O segundo é “Como encher de porrada aquele bêbado da econômica que tenta sem sucesso passar a mão no seu rabo”.

putas ambiguas
Devem ser putas de filmes franceses, né? Uma teoria rafaeliana diz que se pode definir o caráter nacional de um povo pelas putas de seus filmes. Putas alemãs são duras, rígidas, revoltadas. Brasileiras são tristes, amarguradas e maternais. Americanas são peruas com maquiagem excessiva e peitos redondos de silicone. Já as francesas são putas com aquele eterno ar de questionamento existencial, aquele it indefinível de dúvida eterna… E enquanto tiram sua meia de seda, com aquele ar de quem é muito superior aos francos que está recebendo, perguntam o que você acha da representação ontológica da dialética burguesa em Baudrillard.

namorado tira foto de namorada em motel de juiz de fora em 2004
Deve ter um namorado tirando foto da namorada em um motel de Jijifora a cada minuto. Para ela é uma forma de realizar com segurança a fantasia de posar para a Playboy. Ele, daqui a alguns anos, vai poder olhar a foto e dizer “É… Essa eu comi…” É também uma garantia de que se ela fizer alguma sacanagem ele poderá vazar a foto na internet. Finalmente, sempre há o risco de ela ficar famosa algum dia; e aí ele ganha uma grana.

vibrador em gel prejudica a saúde?
Alguém pode me explicar, pelo amor de Deus, o que esse sujeito quis saber? E o que ele anda fazendo?

monografia romance policial preciso de um exemplo
Que desespero, hein? Você escolheu romances policiais como tema de sua monografia e descobriu que até isso é difícil.

desenhos da arte grega como o coliseu
O Coliseu foi construído em 64 D.C. por ordem do estratego grego Vespasianopoulos. Foi palco de grandes shows gospel, principalmente de Fídias Apóstolo e os Leões do Ritmo. Durante o reinado de Kostas Constantinopoulos um pedaço do Coliseu desabou. Foi quando se descobriu que o engenheiro Nagiopoulos Nahasopoulos tinha usado material impróprio em sua construção.

pés femininos na cara
Alexandre, no seu blog tem um link para cá. Por que você vem pelo Google?

penis aumentar o tamanho de graça
Miudinho, vou te dar um conselho tão bom que deveria ser vendido, a preço exorbitante: deixe essa palhaçada de lado e arranje uma mulher pequena.

o tamanho do penis influencia num relacionamento
Não, Minduim. Se ela te amar de verdade, não vai ligar para pequenos — pequenos, mesmo — detalhes anatômicos seus.

penis qual o tamanho para um adolescente
Sinto informar, ô pequerrucho: é maior que isso aí que não balança entre suas pernas.

conceito de revista semanal
Períodico hebdomadário que resume e analisa os fatos da semana e veicula matérias pagas sem as classificar como publicidade; como, por exemplo, matérias da Monsanto se for a Veja e do BNDES se for a Carta Capital.

rafael e galvao tem um caso sapiosexual
Eu só queria saber quem é o doente que acredita que eu, Rafael Galvão, seria capaz de uma coisa dessas. Esse pessoal com tara tão esquisita devia namorar uma biblioteca.

vibrador em gel prejudica a saúde?
Ahn… Eu não sei. Mas acho que há alternativas melhores, sabe?

você tem que rebolar pra ganhar o meu carinho você tem que rebolar pra ficar perto de mim
Tudo bem, eu fico longe.

putas dando
Bobinho. Putas não dão. Putas vendem.

tem algum problema tranzar naqueles dias?
Pergunte à arrumadeira do motel.

frases ditas por grandes genios
Fique por perto.

desvantagens do disco duro
Não podem ser maiores que as do pinto mole.

paris hilton noivo vergonha da familia
Olha, tudo bem que a moça é exibida demais e faz saliência (sem tanto talento assim) pensando em um público imaginário. Mas daí a ser a vergonha da família?

curiosidades suburbios de salvador
Na Engomadeira eu vi um casal rolando no chão, não nas lides do amor, mas no embate da porrada. No Cabula eu vi um homem bater a cabeça da mãe de seus filhos em um poste. Quer mais?

brasão galvão
Acho que vou fazer um. Vai mostrar um dragão, um cavaleiro com uma lança e um Galvão correndo apavorado.

onibus lotado e aquele homem se esfregando em mim
Vem cá: isso é trauma ou fantasia?

prostituição é uma profissão?
Boa pergunta. Eu diria que é uma carreira. Na qual se sobe simplesmente ficando deitado.

biquinis canadenses
Você deve estar se referindo àqueles casacos extremamente grossos que as esquimós usavam para agüentar o frio de rachar, não?

lenda romana de asterix e obelix
Não é lenda. É verdade. Em 50 A.C., os centuriões romanos Goscinnius e Uderzius eram os responsáveis pelas tropas romanas na Gália. Mas foram mortos em uma batalha contra um tal Vercigentorix, que a história se encarregou de esquecer. Então Júlio César em pessoa alistou dois traidores (os tais Asterix e Obelix em questão) para comandar um grande ataque à última aldeia que resistia. Asterix e Obelix entraram para a história dessa forma torpe.

sinônimo chitaozinho e xororo mp3
Deixa ver… Música ruim?

modelo no sambodromo com itamar sem calcinha
Itamar também estava sem calcinha? Como ele pôde? Para você ver a injustiça que cometeram com a Lílian Ramos.

datilografo não existe mais foto
Quem disse isso? Eu não digito, eu datilografo. Para mim, a palavra datilografar faz muito mais sentido que digitar — que deveria significar “apontar”. E tem umas fotos minhas espalhadas por este blog.

tomahawk rafael galvao
O passado me condena.

o melhor do filme porno frances
Eu nem sabia que franceses faziam filmes pornôs. Mas devem ser interessantes: “Ai… Ui… Ai, meu Deleuze… Ai, meu Deleuze… Isso… Mais… Me desconstrói! Me desconstrói! Me enche de semiótica! Aaaaai… Aaaaaaaaai…. Foucaaaaaaaaaaaaaault!”

ebós de amor para oxum
A moça já não confia mais em seus dotes e prendas para manter o seu homem.

O desespero é tamanho que, não sabendo mais o que fazer para manter ao seu lado aquele que ela sabe ser o grande amor de sua vida, ela recorre a uma indicação de uma amiga.

Mãe Gorete, ao ver a moça, sugere que ela faça um despacho para Oxum, para que ela e seu amado vivam apaixonadamente juntos para sempre.

A moça apaixonada e canalha pega suas economias e entrega a mãe Gorete, para que ela compre cachaça, pipoca, batom, calcinhas de renda vermelha — mas galinha não, porque galinha é a outra e as coisas podem dar errado. A moça apaixonada e canalha então entrega uma mecha de cabelos de seu amado e espera.

No seu quarto, dezenas de velas aromáticas; no seu corpo, calcinha de renda branca e sutiã fácil de tirar com apenas uma mão.

Mas é em vão que a moça espera, por um homem que nunca voltará. Porque Oxum, volúvel e caprichosa, ouviu o recado dado por intermédio de mãe Gorete; e com o dinheiro que a moça apaixonada e canalha lhe entregou, mãe Gorete por sua vez faz uma farra inesquecível com o seu namorado, por quem nunca fez nenhum ebó porque sabe que o amor está muito, muito acima dessas coisas.