John Lennon

John Lennon esteve em extrema sintonia com o seu tempo, e muitas vezes à sua frente. Ele se achava um gênio; provavelmente era. É muito para se dizer de um artista pop, mas a poucas pessoas no mundo do showbiz esse epíteto se aplica tão bem. Lennon foi parte do que se pode chamar de o primeiro grande fenômeno de massas produzido pelo marketing moderno, e o único que, ainda em termos de mídia, sobrepujou o rótulo que veio daí.

Mais do que produto de marketing ou gênio, entretanto, ele foi um produto de sua época. Uma época conturbada, rica em mudanças e em estremecimentos sociais, da qual o beatle foi, ao mesmo tempo, causa e efeito.

Para Lennon, tudo ocorreu no momento exato. Foi ingênuo quando a juventude, que surgiu como mercado consumidor e como grupo social com características próprias durante os late fifties, se consolidava como segmento social e como mercado consumidor; psicodélico quando essa mesma juventude começava a acreditar no que diziam que ela era e tentava moldar o mundo àsua imagem e semelhança; iconoclasta quando esse psicodelismo dava os sinais mais prementes de exaustão e o mesmo mundo que tomou um porre de juventude entrava em ressaca — e descobria que ressaca não mata; radical de esquerda quando os reflexos de 68 tomavam corpo e preparavam Watergate. Finalmente, saiu de cena para cuidar do seu filho, quando a geração à qual fornecera a trilha sonora crescia e começava a perceber que o mundo, afinal de contas, não havia mudado tanto assim, e que, ora bolas, ninguém era muito diferente dos seus pais — o que significava encarar o mundo e ter que ganhar a vida. Ou seja: entrar no establishment, daquele mesmo jeitinho tão criticado. Grand finale: morreu antes de entrar em decadência e ser ultrapassado pelos mais novos rebentos da juventude.

Os eternos fãs de Lennon se lembrarão para sempre de um homem à beira dos 30 anos, com cabelos castanhos compridos e óculos redondos com grau fortíssimo. A grande maioria nunca ouviu falar do quase delinqüente juvenil dos anos 50, em Liverpool, e faz questão de não levar a sério o ídolo pop que em tudo lembrava o Menudo. Os Beatles provavelmente ficarão para sempre na história mundial, mas cada dia menos se falará que eles, em suas turnês, eram obrigados a seguir todo o roteiro da bajulação: davam abraços a torto e a direito em prefeitos, crianças e socialites feias como o pecado, nos mais assombrosos grotões do mundo. Tampouco lembrarão que perto do fim dessas turnês, já não conseguiam lotar os teatros e estádios nos quais apresentavam a mesma fórmula batida. O aspecto comercial dos Beatles será relevado em favor do grande mito que alimenta a indústria, talvez com razão.

Na verdade, música pop não passa muito de indústria. Uma indústria que teve seus alicerces modernos plantados pelos Beatles. Mais que qualquer outro, Lennon tinha consciência disso. Tanta que, ao ser fisgado de verdade pelo sonho hippie, fez o possível para negar o seu passado, e mostrar ao mundo que o sonho havia acabado — o sonho dele, provavelmente porque já havia nascido maculado, a partir do momento que ele podia ver como a indústria alimentou e praticamente criou esse movimento. Nada era tão belo como pensavam. E isso só aconteceu porque, mais do que ninguém, Lennon acreditou no sonho enquanto paradoxalmente tentava destruí-lo.

***

Não fosse o rock and roll, Lennon estaria fadado a ser um operador de guindaste no porto de Liverpool. Era filho de uma mulher que, em qualquer tempo, seria conhecida como meio maluca — já pesou sobre ela a acusação de ter sido prostituta — e que não foi minimamente responsável pela sua criação. John Winston foi criado por uma tia em um bairro de classe média baixa. Aos quinze anos, já tendo a sua bandinha chinfrim de skiffle, conhece um garoto um pouco mais novo que entretanto toca melhor do que ele: Paul McCartney. George Harrison — que toca guitarra melhor do que os dois — entra logo depois. Juntos, conseguem tocar na zona do cais de Hamburgo, Alemanha Ocidental — lugar tradicionalmente reservado a ladrões, prostitutas, malandros e trabalhadores braçais. São oito horas de música por noite, regadas a cerveja e anfetaminas. O conjuntinho de Liverpool foi obrigado a se superar continuamente.

Os Beatles foram para Hamburgo com a nada recomendável fama de serem uma das piores bandas de Liverpool; voltam como a melhor. A barra pesada de Hamburgo, a necessidade de tocar muito alto, muito rápido, muito tempo os ensinou a fazer música. Em Liverpool, constroem aos poucos sua fama e conhecem um sujeito chamado Brian Epstein. A partir desse encontro os Beatles começam a se tornar o maior fenômeno da música mundial.

A primeira providência tomada é mudar as roupas. Casacos e calças de couro são coisa de marginal, e mais que isso, fazem parte do imaginário dos anos 50, algo já ultrapassado. Os Beatles devem se apresentar bonitinhos, mansos. Depois vem a mais difícil: colocar para fora da banda Pete Best. Não era um grande baterista, não se adequava à identidade visual desejada por Brian Epstein, e não era agradável aos outros Beatles, embora fosse muito amigo de Lennon. Em seu lugar entra Ringo Starr, que de várias formas completa aentidade que seriam os Beatles.

Hoje se torna difícil imaginar o que os Beatles representavam em 1964. Eram mais que a combinação de boa música e bom marketing — uma combinação perfeita, embora às vezes o marketing parecesse encobrir o lado musical; mas basta ouvir uma canção como I Want to Hold Your Hand, que não se parece com nada feito antes, para ver que os Beatles tinham algo de realmente diferente. É fácil, hoje, desdenhar da sua música, que parece ingênua: mas aquilo era revolucionário, quase tanto quando os delírios psicodélicos de alguns anos depois.

O fenômeno chegou a tal ponto que nos shows os próprios Beatles não conseguiam ouvir o que estavam cantando ou tocando. Lennon, irritado, dava vazão à sua frustração por ir de aeroporto em aeroporto sem saber muitas vezes onde estava, por viver em função de algo diferente do que eles haviam sonhado como a vida de um superstar, xingando os fãs fora do microfone.

Isso levaria ao fim das excursões, e parecia ser o fim dos Beatles. Não foi, pelo menos não imediatamente: ao darem uma guinada artística, priorizando a música ao marketing, os Beatles se tornaram não só a maior, como também a melhor e mais influente banda de música popular do mundo.

Mas antes disso Lennon disse que os Beatles eram mais famosos que Jesus Cristo. Uma frase que era um misto de verdade e de bravata, mas que causou uma série de reclamações, que os Beatles, intimamente, ridicularizavam. Não era para menos: os protestos, em sua maioria, consistiam em bandos de crianças ao lado de disc jockeys de meia idade, pisando em capas vazias dos discos deles. Em apenas um show a ameaça se tornou séria, com alguém dizendo que iria atirar em Lennon. Profissionais exemplares, eles fizeram o show, esperando um tiro que não veio.

O fim dos shows, que seria um dos ingredientes que levariam ao fim dos Beatles três anos mais tarde, deixou a banda livre para ingressar na vanguarda da música popular. Eles deram um novo rumo à sua música e à música pop de todo o mundo, ao se adaptarem a uma percepção de mundo que eles mesmos ajudaram a criar. A juventude atinge sua maturidade e o mundo dos caretas com mais de 30 anos passa a ver neles uma excelente fonte de renda. Os hippies e a contracultura viraram uma das melhores armas da indústria; e embora ninguém percebesse, o sonho na verdade era natimorto.

E então os Beatles acabam, dando os primeiros indícios de que uma era chegava ao fim; depois foram as mortes de Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison, três das mais importantes figuras da pop scene. Os anos 60, que haviam começado por volta de 63 — com o movimento encabeçado pelos Beatles, claro — chegavam ao início do fim em 1970.

Em tudo isso, Lennon era uma das figuras de frente. Era oficialmente o líder dos Beatles, por ser o responsável por algumas das mais cáusticas declarações dos Beatles e por ter sido ele quem, afinal de contas, havia começado tudo, embora nos bastidores a coisa não fosse bem assim. Paul McCartney, que nos anos 90 compôs duas peças (medíocres, é verdade) de música erudita, se afirmava como um dos maiores melodistas e baixistas do rock, além de ser o mais interessado nas técnicas de estúdio. Ele foi ainda responsável pelo projeto mais ambicioso dos Beatles, o álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, considerado ainda hoje, quase 40 anos depois, o mais importante disco de rock, e pela concepção do disco tecnicamente mais perfeito dos Beatles, o Abbey Road. Paul McCartney, ao que parece, era o líder musical dos Beatles — embora até hoje não se saiba, e provavelmente jamais se saberá, o que realmente acontecia dentro do conjunto. É mais sensato achar que os Beatles funcionavam como uma máquina bem lubrificada em que uma parte era indissociável da outra.

Mas era Lennon quem conseguia estar completamente antenado com o que o mundo queria. Sabia que o mundo não queria apenas música. Sabia intuitivamente o que falar e quando falar. E realmente se identificava com tudo o que interessava. Era o ícone de uma geração anestesiada e profundamente ingênua, que fazia de roupas espalhafatosas e de cigarros de maconha símbolos de rebeldia. Um dos principais artífices do que se convencionou chamar “anos 60”, Lennon, também ele, acreditou no faz-de-conta. E com o esgotamento do ideário hippie, Lennon ficou perdido.

Nisso ele não era diferente do restante de sua geração. A maioria ignorou o movimento hippie, como os jovens de dez anos depois ignorariam o movimento punk, como a maioria da juventude ignora a maioria dos movimentos, recebendo apenas os reflexos esmaecidos que são absorvidos pela sociedade. Uma boa parte atravessou essa era como quem atravessa uma crise de adolescência. E alguns entraram de cabeça e saíram por aí para ver se encontravam o tal mundo melhor. Desses, a maior parte desistiu quando viu que o caminho era longo e que nem mesmo sabiam direito qual era. Uma parte pequena afundou nas drogas, e não foram poucos os que não voltaram à tona. No fim das contas, a maioria aprendeu a se conhecer melhor e a se definir no mundo, por sua vez aparentemente modificado pela sua ação.

Para conseguir acompanhar o ritmo de sua geração, Lennon tomou LSD e heroína, fez terapia, tentou de tudo. No fundo, a única coisa que ele sabia fazer era expressar o que havia de melhor e de pior em si através da música. Além disso, como beatle ele havia provado o gosto do sangue. Não adiantava querer negar: John Lennon era um pop star, talvez o mais anatemático deles. E o seu maior trunfo, uma marca absolutamente pessoal que o distinguiu do resto do cenário pop de todos os tempos, era a extrema capacidade de se mostrar ao seu público e de se tornar o modelo máximo de identificação de sua geração.

O seu primeiro disco solo, o LP Two Virgins, gravado e lançado ainda durante o tempo dos Beatles, leva essa característica ao extremo. A capa, única em toda a história da música pop, mostra Lennon e Yoko nus, o máximo de exposição a que alguém pode almejar. Era assim que eles eram, era assim que todos deviam ser. Não interessava se o conteúdo do disco era insuportável; na época dizia-se que era vanguarda. Como não vingou, pode-se dizer que era apenas delírio.

O segundo disco continua essa tendência: a capa mostra Lennon deitado ao lado de Yoko em um hospital, e o disco mostra as batidas do coração do filho (morto durante essa sessão no hospital) e um desabafo do beatle John sobre o seu cotidiano e sobre a falta de camas nos hospitais ingleses. A letra em si não tem nenhuma qualidade literária; é só John Lennon mostrando o que sente para o seu público. O resto é a barulheira habitual. O terceiro, o Wedding Album, é mais um episódio do “Diário Público de John Ono Lennon”.

Esses discos são bastante emblemáticos. Ninguém ouviu, hoje ninguém vê. Mas ajudaram a fazer Lennon erguer-se acima da música, criando sua própria aura mítica.

Depois do fim dos Beatles, o primeiro (e melhor) disco de Lennon continua nessa direção. Ele fala da dor nunca superada na relação com sua mãe, fala das dificuldades que enfrenta ao lado de Yoko, continua sendo o referencial maior de sua geração. E é nesse disco, também, que ele se refere ao fim do sonho hippie.

Deixar de acreditar em um mito não é fácil, e para Lennon, que havia sido o próprio mito, era mais difícil ainda. Mas novamente a Providência foi generosa com ele, e a política conturbada dos Estados Unidos do começo da década de 70 (um reflexo do movimento hippie que só foi devidamente assimilado com quase dez anos de atraso) forneceu a ele um meio de defender aquilo em que acreditava, talvez o único meio que um pop star tem de ficar remotamente ligado ao seu passado comum.

Ao sair de cena, logo depois de gravar um álbum em que voltava às origens, cantando músicas que ouvia quando era adolescente, Lennon seguia o que o mundo lhe ditava, e mais uma vez estava na linha de frente de sua geração. Durante anos, de certa forma ele tentaria manter vivo o sonho que ele mesmo havia declarado morto, invertendo os papéis com sua mulher e ficando em casa criando o seu filho, enquanto Yoko Ono ia para a rua e trazer dinheiro para casa (ou melhor, gerir o dinheiro que ele conseguira). Finalmente, quando percebeu que não podia viver afastado da cena pop e voltou ao trabalho, um homem chamado Mark David Chapman deu-lhe cinco tiros, transformando-o em mais que um ídolo.

A partir daí, todos os atos de auto-exibição, os discos que ninguém ouviu, as palavras que Lennon disse fizeram sua parte. A partir do dia 8 de dezembro de 1980, John Lennon se tornava o primeiro santo da era da comunicação. Centenas de milhares de pessoas choraram sua morte.

A aura que existe hoje em torno do beatle é paradoxal. Seu espírito é baseado no Lennon contestador, o que ia para as ruas protestar e participar de passeatas, um ativista político de esquerda; mas o objeto de adoração em si é o Lennon romântico, sonhador, que se contentava em imaginar um mundo melhor. E essa imagem nem sempre corresponde à realidade. Ele sentou praça no imaginário popular como o gênio e o roqueiro; sua carreira solo, entretanto, nem sempre corresponde a isso.

Os álbuns solo que se seguiram a John Lennon/Plastic Ono Band e Imagine (Some Time in New York City, Mind Games e Walls and Bridges) não são somente melosos; são fracos também. Além de haver pouquíssimo rock and roll, no sentido clássico da palavra, a essa altura Lennon havia ido longe demais na idéia de expôr-se ao seu público; e Some Time… vale principalmente como uma crônica aguada do movimento de esquerda nos Estados Unidos em 1972.

Os casos de Mind Games e Walls and Bridges são mais graves. Esses dois álbuns não apenas constituem pouco mais que um apelo dirigido a Yoko, mas têm músicas e letras muito fracas. Era como se Lennon tivesse perdido o talento demonstrado nos seus dois primeiros álbuns.

Fazendo uma comparação: quando Mick Jagger cantava ao mundo que não conseguia satisfação, ele não somente era sincero (um pré-requisito básico da cena rock) como o seu problema era o mesmo de milhões de jovens em todo o mundo. Ao pedir desculpas para Yoko em Aisumasen, Lennon podia estar sendo sincero — mas o que é que o resto do mundo tinha a ver com isso?

A sua volta em 1980 o redimiu de todos esses pecadilhos. Conseguia transformar seu amor por Yoko em algo universal, com o qual milhões de pessoas podiam se identificar e assumir como suas, e novamente com letras de qualidade.

***

Não haveria mais lugar para o ícone John Lennon no mundo de hoje. Não numa época em que, por mais que se alardeiem mudanças, tudo continua do jeito como sempre esteve. Os tempos são mais propícios aos Paul McCartney — pessoas talentosas cujas posições políticas mais corajosas jamais ultrapassam a barreira do plenamente aceitável.

A julgar pelo seu último trabalho, talvez o próprio Lennon, se estivesse vivo, fosse mais parecido com o retrato que se faz dele, hoje. Em Double Fantasy, que ele mesmo definia como crônica de sua vida na época e conseqüentemente de uma geração Lennon falava de amor, de seu filho e da gratidão e paixão incomensuráveis que sentia por Yoko Ono. O conteúdo de suas letras não era nem sombra das explosivas canções do álbum Some Time in New York City, por exemplo. Lennon não havia atravessado a década do eu impune, e estava antecipando a era Reagan. Em um mundo apático e desiludido, que assiste a guerras de verdade como se fossem partidas de video-game, cansado de tudo e com uma eterna sensação de dejà-vu, não se pode imaginar aquele sujeito de cabelos compridos e óculos redondos que acreditava que podia convencer o mundo a dar uma chance à paz, sendo o espelho fiel de seu tempo, algo muito necessário quando nada parecia estar no lugar.

O que parece mais engraçado, ao se prestar atenção à história de Lennon, é que apesar de tudo o que disse, e de tudo em que acreditava, ele não conseguiu mudar muita coisa. George W. Bush pertence à geração que cresceu ouvindo Lennon. A grande mudança que se pode apontar, na realidade, é que o protesto não vende mais tantos discos. Está tudo banalizado e minimizado, foram todos absorvidos pelo temível establishment. Sintonizado com o seu tempo como era, é provável que hoje Lennon estivesse vindo se apresentar no Brasil, trazendo na bagagem a mulher e o filho, para encantar um público que viveu os anos 60 à distância cantando Imagine pela milésima vez, ou revivendo os Beatles para cantar I Want to Hold Your Hand no mesmo microfone que Paul McCartney.

22 thoughts on “John Lennon

  1. Esse é um daqueles casos em que a obra fica muito maior que o autor. Sou da opinião de que Lennon tinha muito pouco de rebelde e muito mais de sonhador. Concordo quando diz que os Beatles eram uma máquina bem lubrificada em que uma peça era indissociada da outra, mas sugerir que o demente do Bush foi consequência deles foi sacanagem. 🙂
    Ciao.

  2. Lindo texto, Rafael. Fiquei tocado e me lembrei do momento exato em que soube da morte de Lennon. Eu era criança e nem sabia o nome de cada um dos Beatles; sequer sabia se eles estavam vivos ou mortos. Mas as suas músicas tinham embalado uma parte importante da minha infância.

    Eu li há não muito tempo aquela longa entrevista que ele deu à “Rolling Stone”, logo após o fim da banda. Achei interessante como, ao lado do idealista, do incendiário, do político, havia alguém que pode ser chamado de “astuto homem de negócios”, que sabia exatamente a importância que os Beatles tinham na cultura mundial, que tinha a conta exata de quanto dinheiro isso rendia a eles, e que sutilmente pensava nisso quando fazia seus discos. O que não quer dizer que os Beatles fizessem música “comercial”: mas naquela terra em transe dos 60’s, John sabia o impacto que causavam com seus choques vanguardistas.

    John se sentia à vontade na posição de semideus, e não tinha o menor pejo de admitir isso. Ele comentou inclusive que todos os Beatles estavam pouco se lixando para o que a crítica, ou quem quer que fosse, pensava do trabalho deles: eles podiam se dar ao luxo de ignorar o resto do mundo.

    Não conheço muito da obra solo dele, e acho que diminuir a quantidade de rock’n’roll deve ter sido algo fatal para a qualidade do trabalho: John nunca deixou de ser um roqueiro quase ortodoxo. Teve um show ainda na época dos Beatles (que saiu até em DVD no Brasil) onde ele presta tributo a seus ídolos: são espetaculares as aparições de Bo Diddley, Jerry Lee Lewis, Chuck Berry e Little Richards, antes de entrar John, Yoko e a banda que os acompanhava.

    Aliás, me lembrando disso pensei naquele disco de covers de rock’n’roll que ele gravou antes do retiro: está na lista que você comentou, ou você o deixou de fora do texto?

  3. E vale lembrar que naquela época, na minha cabecinha, não existia absolutamente nada que pudesse soar melhor que o som dos Beatles e dos Stones. Gostava mais dos primeiros. Ainda ontem estava escutando “Come Together” no rádio e me peguei pensando: –Não é que este enganador do Ringo Starr sabe mesmo tocar bateria?

    Acho que eles, como o Pelé, souberam parar na hora certa. Não sei se teriam gás suficiente para a virada do milênio. Seria muita areia pro caminhãozinho deles.

  4. clap, clap, clap!!!
    sou super fã dos BESOUROS, mas apenas a partir de RUBBER SOUL, meu preferido. não tenho saco para a primeira fase.
    INSPIRADO, em breve vou escrever um texto MAIOR que esse sobre a IMPORTÂNCIA do LOU REED!
    ;>)

  5. Quanta informação Rafael! Antes de tudo meu protessto, um post destes não pode ser publicado num domingo, e deveria ficar no topo pelo menos dois dias. Rafael seu louco, isso dava uma série. Discordo do Allan, John sempre estava pronto, se não para a revolução, para a diferença, para o inusitado, para o nunca antes feito. Se Paul é o musicalmente melhor preparado, Lennon é o sujeito que detona as idéias, é a ingnição do motor.
    É interessante a relação de John e Yoko, parece ter sempre uma aura de salvação e encontro, mas a nós, que olhávamos de fora, parecia destrutica, tolhedora. Yoko parecia prender John num mundo pequeno em que ele se sentia confortável, mas não voava mais. Esse John introspectivo dos anos setenta ficou nos devendo muito. Musicalmente preciso conhecer melhor, vou seguir teu roteiro musica. Você falou em movimento hippie e uma coisa interessante é observarmos que tanto este quanto o movimento punk conseguiram fugir um bom tempo da indústria de consumo. O movimento hippie consegue isso de forma mais eficiente, tanto porque o mercado não estava pronto para ele, como ele mesmo era uma antítese do mercado. Acredito que o movimento hippie só foi assimilado pela indústria muito tempo depois, quando já era uma cultura passada. O movimento hippie só dependia de duas indústrias, a da música e a das drogas, o resto, nada era muito importante. Uma coisa é certa, a década entre 1965 e 1975 é a mais importante da música mundial. Incluo claramente quepara a MPB também. Hoje tudo parece repetir o que foi feito neste período.

  6. dani! herege!
    ;>)
    eis uma boa história:
    quando o jô soares estava ainda no sbt, foi lá um dia o MÉDIUM-MEZZO-VIADO gasparetto. fez lá o seu SHOW ARTÍSTICO e, la pelas tantas, disse que tinha BAIXADO nele o JOHN!!!
    aí mostrou uma COMPOSIÇÃO DO BEATO NO ALÉM!!!
    o legal é que um amigo meu gravou esse programa, tirou a letra e as notas e toca por aí como sendo uma música do lennon e todo mundo tem a plena certeza que é!!!
    seria messss?

  7. muito bom o seu texto.
    só acho uma coisa: o disco mais rock and roll da fase solo do lennon é o sometime in new york city (o primeiro vinil, fique claro, descartando o segundo, que era pra ser de graça).
    além de conter algumas das melhores canções de yoko (born in a prison, por exemplo), o rock está presente o tempo todo. a mensagem das letras pode ter ficado datada, mas se vc ouvir apenas o som, vai perceber isso. john sinclair, por exemplo, tem uma aula de slide guitar; sunday bloody sunday – bem antes do u2 – brinca de funk e rememora os besouros naquele falso fim. attica state, new york city e woman is the nigger of the world (uma das coisas mais politizadas e atuais do disco)são outros exemplos.
    não sei se lennon ficou menor que sua obra, só sei que a obra taí.

  8. muiiiiiiito legal mais e é muito interesante tambem saber um pouco do que nao vivi tipo anos 60… mais acho que podia falar mais claramente sobre o movimento hippie…

  9. meu deus que coisa mais feia ele tinhah um bem piquininhu neh?
    tah locu!!!
    mais e issu neh faze uh que se ele gosta dissu!!!
    beijus pra todos massa esse historico dele adoru ele xau!!!!!!

    _” I LOVE YOU CRIAH”_

  10. Simplesmente FANTÁSTICO.
    Sou BEATLEmaníaco desde criancinha.
    Coleciono tudo sobre Os BEATLES desde os 9 anos de idade, hoje estou com 51.
    Fique em PAZ, com muito AMOR e SAÚDE.

  11. Penso que John Lennon viveu conforme a sua época e se diferenciou porque ele usou a música para expressar seus sentimentos, mesmo na época dos Beatles. Hoje não existe pessoas como ele porque a mídia não consegue criar uma mente incrível como a dele. Quando se fala em Beatles pensamos em John Lennon, quando se fala em John Lennon logo a imagem que nos remete é aquele óculos redondo, cara é um ícone. Hoje o mundo está desgastado pela hipocricia e desilusão. A própria MTV está um porre. As vezes quando passa alguma coisa mencionado a década de 60 e 70 percebe-se uma atmosfera mais rica em música e ideais. Como exemplo podemos citar outros grupos como Pink Floyd (Super Banda), Led Zeppelin, Yes, Depp Purplee, Genesis e Supertramp. A gente observa como a influência foi impulsionada pelos Beatles. Hoje a gente se desgosta ouvindo Rap, Funk e DJS de baixíssima qualidade. Se eu pudesse escolher teria nascido na época dos Beatles.

  12. caraca!!!!!faz pouco tempo que comecei a querer descobrir + e + coisas dos BEATLES.E esse texto está muito legal,pelo q li, vc deve ter feito uma BIG pesquisa.Achei muitu bem explicado e entendi muita coisa sobre os beatles,+ especifícamente sobre o LENNON!!Esse texto expressa como nimguem as idéias e opiniões sobre a visão de LENNON do mundo!!!PARABÉNS!NÃO É QUALQUER UM QUE AINDA HOJE SE INTERESSA PELOS BEATLES,MUITOS CONSIDERAM ELES “cafonas” cada um cada um.ASSIM MESMO MEUS PARABÉNS!!!NOTA 10;~]

  13. Realmente , quando fazemos o melhor por um tempo , findo eese tempo , é impossível nos superarmos e muito difícil igualarmos a qualidade. Aconteceu isso com Lennon , cuja obra beatle é claramente mais fina e bem-acabada que a solo. Em todo caso , muitos anos de vida a Lennon , que vive ainda…

  14. lennon um grande artista porem pretencioso e arrogante nunca teve a voz ou a postura de palco e principalmente a humildade do elvis presley e viva o rei do rock

  15. Nossa!

    Muito bom mesmo!

    Li todos os comentários e o texto inteirinho! ôxi falta do que fazer…xD

    Mas valeu a pena!
    Adorei!

    Apesar de não ter concordado em algumas partes…Mas nunca vamos saber o que realmente se passava na cabeça dele…

    Quanto a Yoko, não creio que ela que prendia o John e por este motivo sua fase nos anos 70 estava tão ruim…

    John era muito carente de amor…que não teve na infnância…e nunca escondeu isso. Às vezes acho que ela era quase uma mãe pra ele.

    Mas vai saber…

    Enfim, PARABÈNS!

  16. ‘Eu estou vendendo paz. o preço a ser pago é um sorriso. COMPREM! COMPREM! BA-BA-BA-BA-BA-BA

  17. A MÁ INFLUÊNCIA DOS ANOS 60

    A música e filosofia dos anos 60(principalmente do inconseqüente LENNON) tiveram tremenda influência sobre milhões de adolescentes, jovens, estudantes universitários e adultos, encorajando-os ao uso das drogas ilícitas, crenças (como karma e reencarnação) e práticas da Nova Era (como meditação mística do oriente). Coisas estas que em nada contribuíram para melhorar o nosso mundo. Até muito pelo contrário.

    FRUTOS AMARGOS:
    Uma humanidade mentalmente doente, famílias destruídas, valores morais corrompidos, homossexualidade manifesta ou reprimida, rebelião de feminismo antinatural, hábito de droga, esboços sociais corruptos, mocidades furiosas sem direção, que não respeitam hierarquias (pais e autoridades), nações convulsionadas, pedofilia, lascívia irracional e todo o outro tipo de aberrações existentes. O movimento Hippie com o slogan “paz e amor” não serviu pra muita coisa, apenas pra mostrar a rebeldia de alguns jovens, muitos deles, famosos ou não, foram consumidos pela cocaína e outras drogas. Tentaram pregar a libertinagem chamado-a de liberdade. A liderança dos beatles e dos rolling stones e de outros rebeldes, lamentavelmente, ainda continua dando muitos frutos amargos. A influência maléfica dos anos 60 forjou uma geração de seguidores pagãos da Nova Era, seguidores moldados para futuras lideranças de movimentos satânicos que depois iriam ocupar nossas escolas, a justiça, a polícia ,a política e principalmente a mídia.
    Quem nunca gostou de beatles, rolling Stones e que acha que não teve qualquer influencia dos anos 60 e 70, não pense que nas artes,na musica moderna, na sociedade e na cultura da atualidade a influência deles não está ativa, independente de estilos e ritmos, os conceitos rebeldes daquela geração continuam mais vivos do que nunca.
    CUIDADO! Principalmente você jovem que se coloca contra Deus, contra os seus pais, e que gosta da rebeldia (contra qualquer autoridade). Satanás está te influenciando sem que você saiba. Alcoolismo, consumo de drogas, liberdade sexual, feminismo, homossexualismo … são coisas condenadas na Palavra de Cristo e têm degradado a humanidade. A decadência do mundo pode comprovar isto.
    Sim, há caminho que ao homem parece direito, mas o seu fim são os caminhos da morte (Provérbios 14:12).
    CRISTO disse :”Eu sou o CAMINHO, A VERDADE e A VIDA; ninguém vem ao Pai, senão por mim.”(João 14:6).

    Eu mostrei aqui um ponto de vista CRISTÃO não estou querendo ensinar religião ou doutrina, pois não acredito nesta coisas, acredito apenas em JESUS CRISTO. Ao desavisados: Por favor não confundam CRISTO com religião.
    Falei também de fatos concretos e de coisas que vêem ocorrendo no mundo desde os anos sessenta. Qualquer bom observador poderá constatar isto, no entanto é necessário que ele tenha o seu olhar desviado dos seres humanos endeusados e portadores de fascínios e encantos doentios.

    NA MINHA OPINIÃO RELIGIÃO É ISSO QUE ESTÃO COLOCANDO NA TV PRA MANIPULAR AS PESSOAS(CRENÇA NO HINDUISMO E NOS FALSOS DEUSES DA INDIA).

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