It was twenty years ago today

Uma vizinha está ouvindo rádio. Deve ser a empregada, porque ninguém escuta rádio por aqui. Com exceção de programas noticiosos, rádio — ainda mais a uma altura dessas — é coisa que só se ouve no carro ou na cozinha.

Por alguma razão resolveram fazer um especial dos anos 80. Já ouvi New Edition (Is this the eeeend?), Berlin (Take my breath awaaaay), Culture Club (Mistake #3), Stevie Wonder (I Just Called to Say I Love You) Chris DeBurgh (The Lady in Red) e uma canção que assolou o Brasil em 1986, Yes, cujo cantor era um picareta brasileiro que fingia ser gringo, adotou o nome de Tim Moore e enrolou boa parte do Brasil; o Bia lembra dele bebendo caipirinha no camarim, antes de um show em Americana, enquanto resmungava: “Merda de cidade…”

A música de 20 anos passados interrompeu o Caruso que eu estava ouvindo. Não só por tocar mais alto, mas porque é um aviso de que estou ficando velho; lembro de quando essas músicas eram tocadas durante a programação normal, e não no que parece ser uma espécie de “Especial Para Caquéticos”. Essas notas musicais, boa parte das quais detestadas por mim já na época, me lembram também que quando cada geração chega à maturidade costuma usar a mídia para contar uma visão edulcorada de como os seus velhos tempos eram bons. Assim os anos 50 deram American Grafitti no início dos 70 e tudo o que se seguiu depois — Grease, Happy Days, e um revival completo nos anos 80. Era a visão tipicamente americana de um passado pretensamente dourado que o resto do mundo foi obrigado a engolir. Mais apropriadamente, era a saudade da classe média branca americana dos bons tempos de Eisenhower.

Antigamente demorava-se cerca de 15 anos (ou 3 gerações de consumidores) para que uma geração fosse entupida de lembranças cor-de-rosa, e muitas vezes falsas, de outra. Mas os órfãos dos anos 80 começaram cedo, porque ultimamente a juventude tem chegado chegado mais cedo ao poder. O primeiro sinal de recaída de que me lembro foi um filme com o John Cusack, Grosse Pointe Blank. Agora aqui e ali pipocam referências. Boa parte da revista Flashback, que conta com os textos brilhantes do Ina, é composta disso, de lembranças de uma década que, sabe Deus como, conseguiu definir uma identidade própria a partir de retalhos de décadas passadas.

Tudo isso me lembra quão ruins foram os anos 80.

Que ninguém me entenda mal. Não é que não goste deles. Tenho boas lembranças daqueles tempos, no fim das contas: foi nessa década que passei a adolescência e, como diz o Roger Ebert, a adolescência é o período mais miserável na vida de uma pessoa, embora depois nos lembremos dela com saudade. Com o tempo, as pessoas transformam experiências terríveis como andar a pé, fazer sacanagem na cama dos pais da namorada ou rodar a cidade atrás de mulher em boas lembranças, de um tempo que já passou.

Mas que os anos 80 foram uma droga, foram.

***

Há algo de muito errado na ordem cósmica quando os dois maiores ícones de uma geração são Madonna e Michael Jackson. Este a gente já sabe no que deu, mas não vamos ser injustos creditando sua degradação aos últimos tempos: ele nos avisou do que vinha pela frente. Nos anos 80 o sujeito usava uma jaqueta de couro vermelho e uma luvinha branca e brilhosa na mão, com o cabelo eternamente solto e molhado por uma tonelada de gel; algum ingênuo esperava que ele melhorasse?

Quanto a Madonna, cada vez que vejo as roupas que ela usava fico com duas sensações: a de reconhecimento, de ter feito parte daquela era, e a certeza de que aqueles são os trapos que usaria uma mulher sexualmente reprimida que pirou o cabeção e resolveu nos dar a sua versão ensandecida de uma puta. Isso pode ter lá seu significado social e histórico; aquele crucifixo sexualizado pode até ser uma ofensa aos puritanos americanos. Mas além de dizer pouco a brasileiros que há séculos se despedem de suas virgindades encostados no muro da igreja, tudo aquilo era absolutamente brega. Era como se quatro estilistas cafonas acumulassem, sobre a lourinha da voz esganiçada, os seus conceitos lisérgicos de mau gosto.

Um consolo é que as roupas da Madonna podem ter sido imitadas pelas adolescentes de miolo mole nos EUA da época, como a gente costuma ver nos filmes, mas aqui no Brasil éramos mais comportados. Isso não quer dizer, no entanto, que tivéssemos bom gosto. Ah, não. Os anos 80 foram a década do rosa-choque e do verde-limão, provavelmente as cores mais medonhas já criadas — tanto que a Mãe Natureza, que tem lá sua carga de bizarrices, não ousou criá-las –, e que, como se sua própria feiúra não fosse suficiente, normalmente eram usadas ao mesmo tempo. Foram a época dos jeans verdes, de estampas berrantes que chamavam de new wave e que vilipendiavam a memória do finado Godard, das ombreiras, e mais tarde das saias balonê. Os anos 80 foram uma década de confusão e mau gosto.

Mas as coisas sempre podem piorar, e pioravam. Talvez nada disso fosse pior que os blazers com mangas dobradas copiados de Miami Vice, ou as barbas por fazer inspiradas no Mickey Rourke de “9 1/2 Semanas de Amor” (provavelmente a maior fraude erótica de todos os tempos). Como dizia uma antiga música de McCartney, no one left alive in 1985. Nos anos 80, era in ter cara de traficante cubano vagabundo da Jecolândia.

E os cabelos. Os cabelos. Mulheres com cortes que lembravam poodles epilépticos; homens com cabelos curtos mas compridos atrás, moda lançada a nós botocudos pelo Evandro Mesquita. As jubas piolhentas e embaraçadas dos hippies, em comparação, pareciam muito melhores; pelo menos exprimiam uma atitude. Não que aquele corte oitentista não tivesse nenhuma; o problema era saber qual.

Deus do céu, como é que alguém pode ter saudade daquilo?

***

Fãs dos anos 80 costumam lembrar de bandas como Smiths e U2 para mostrar que aquela, afinal, não foi a década perdida.

Duas bandas.

Acho que consigo lembrar de mais: Poison, Mötley Crue, Menudo, A-ha, Mr. Mister, Dominó, Tremendo, Dr. Silvana, Olivia Newton-John, Toto.

Chega. Bastam esses para lembrar que foi preciso que o grunge aparecesse para que a música pop fosse resgatada de um longo e tenebroso inverno.

Mas o que se poderia esperar de uma década que começou com um maluco dando cinco tiros em John Lennon?

***

Os anos 70 foram a década em que surgiram cineastas como Martin Scorsese e Francis Ford Coppola. Os anos 80 foram a década de John Hughes.

(Deixa-se aqui de lado a estética publicitária no cinema patrocinada pelos irmãos Ridley e Tony Scott e outros; isso é terrível demais para ser abordado assim, sem aviso.)

Alguns dos maiores sucessos da época foram dirigidos ou escritos por Hughes. “A Garota de Rosa Shocking”, “Gatinhas e Gatões” e “Curtindo a Vida Adoidado” são alguns dos filmes aos quais a gente recorre quando quer lembrar do que foram aqueles anos miseráveis.

(The Breakfast Club, talvez o filme mais “cabeça” dessa fornada, tinha originalmente duas horas e meia de duração. O estúdio, achando que ia ser um fracasso, cortou 50 minutos. O resultado é o único filme do Hughes que poderia ser bom, mas que parece episódico demais; essa é a explicação que encontro para rever o filme e achá-lo ruim.)

Não é que eu não goste desses filmes. Todos eles têm a capacidade de me lembrar uma época que vivi e que já passou há muito tempo. Queira ou não, eu estava presente aos anos 80.

Mas o fato de gostar de Some Kind of Wonderful, por exemplo, não faz com que ele se transforme miraculosamente em bom cinema. O melhor que se pode dizer desses filmes é que eles retratavam a juventude da época. Certo, e “Barrados no Baile” retrataria a juventude dos anos 90 nos mesmos termos. Além disso, é bom lembrar que “Sabrina”, “Júlia” e “Bianca” também retratam o amor. O problema é que “Sabrina” et al não são exatamente um soneto de Shakespeare, e juventude por juventude é melhor dar uma olhada no que Nicholas Ray andou fazendo 30 anos antes. Um antropólogo que tentasse compreender a juventude dos anos 90 a partir de “Barrados no Baile” concluiria que éramos todos todos estudantes lindos e ricos; se fizer o mesmo com os filmes de John Hughes vai ter a certeza de que éramos um bando de alienados fúteis com algum problema no juízo.

(E então lembro da diva dos anos 80: Molly Ringwald. A garota de rosa-choque. Diva adequadíssima à época: insípida, insossa, inodora. Nunca entendi por que investiram nela em vez de em delícias como Kelly Preston, cuja cena nua em “A Primeira Noite de Jonathan” é a única coisa que presta em um filme bobo. De qualquer forma, hoje ninguém ouve falar em Molly Ringwald. Tudo o que sei da ruiva é que mal começaram os anos 90 e a tonta cometeu duas grandes bobagens: dispensou os papéis principais de “Uma Linda Mulher” e de “Ghost”. As atrizes que fizeram esses filmes todo mundo sabe onde estão. Mas duvido que alguém saiba onde anda Molly Ringwald. Sumiu, coitada, como os anos 80 deveriam ter sumido.)

As pessoas podem até ter saudades dos anos 80. Acho que eu tenho, também. Mas isso deve ser uma versão degenerada da síndrome de Estocolmo. Talvez os anos 80 tenham sido tão ruins que as pessoas se acostumaram. Ou, o que é mais provável, do que as pessoas têm saudades é de um tempo em que eram melhores do que o que se tornaram. E nesse caso, não é dos anos 80 do que têm saudades. Elas têm saudades é de si mesmas.

33 thoughts on “It was twenty years ago today

  1. Hilária sua crônica sobre os anos 80. Pra mim o melhor daqueles anos foi o surgimento das grandes bandas de rock brasileiras.
    PS: os estilistas estão tentando trazer de volta as saias baloné. Daqui a pouco serão as ombreiras e, quando menos se esperar, os cabelos poodle. Socorro!

  2. Texto sensacional!!! Vc me fez lembrar um monte de coisas. Tb n tenho esse amor todo pelos anos 80, além do fato de ter sido qdo nasceram meus dois grandes amores. A moda realmente era ridícula, mas como n fui e n sou escrava dela(tenho meu estilo), rio mto disso tudo. Sim ,adoro uma barba por fazer.
    Agora, vem cá: vc tinha q invocar Tiririca? rsrsrsr
    Beijos, Rafa!

  3. Foi na década de 80 que se produziu os primeiros filmes que me fizeram gostar de cinema: ET, De Volta Para o Futuro e Os Caçadores da Arca Perdida, os filmes da minha infância; foi a década que nasceu meu desenho animado favorito: Os Simpsons; no Brasil, escreveu-se a parte mais interessante da coleção Vaga-lume, da Ática, sem a qual(junto, é claro, com a coleção Fantasminha, da Ediouro), sei lá se algum dia eu teria vontade de abrir um livro, fosse qual fosse.

    Mas essas coisas eu só peguei na década de 90; foi a herança que a década de 80 deixou pra mim, o que me faz não ter essa raiva toda.

    No mais, uma década de filmes em que as mulheres dos sonhos dos garotos tinham, via de regra, 23 quilos em cada peito, pernas finas e nenhuma bunda tem mais é que ser esculhambada mesmo. Pero sin perder la ternura, jamas.

  4. Eu fui adolescente nos anos 80 e acho que gosto de metade das coisas que você citou aí. Mas o post é maravilhoso…

  5. A nostalgia criada me dá a oportunidade de viver anos que não tive a oportunidade de conhecer. Era muito garoto, mas tinha o ‘Rádio Pirata – Ao Vivo’ em vinil! É muito bom ouvir as músicas antigas que conheci quando virei adolescente nos anos 90 e corria atrás de música de todas as décadas.

    Festas como a Ploc 80’s, aqui no Rio, nos remetem à uma época que todos querem esquecer, porém adoram relembrar.

    Saias baloné e ombreiras voltando? Socorro mesmo…

  6. Rafael, acredito que o início da ascensão do gênero sertanojo foi o que de aconteceu de pior por aqui naquela década: foi um estupro musical em massa que deixou sequelas até hoje.

  7. Não é da minha época. Eu era criança a maior parte dos anos 80.

    Aqui no Rio tem uma festa chamada PLOC, só com musica dos anos 80. Nunca fui. Nem quis conhecer… Lembro de algumas coisas. A ruivinha ai de cima, lembro de uns dois filmes dela. “Curtindo a vida adoidado”; Essa semana passou um otimo, com o Eddie Murhpy “Um principe em Nova York”, poucas coisas que me recordo.

    Essa epoca também passava Star Wars na teve. E em vez de malhação passa McGyver.

    Nostalgico, mas essa semana baixei A-ha (take on me), Flock of Seagulls (I Ran) pra escutar…

  8. Ah, eu tenho boas lembranças dos anos oitenta… ; >) Nasci em 1978, então vale dizer que descobri o mundo nos 80’s.
    A estética era brega sim, aquela coisa meio punk, meio Miami, mas foram anos divertidos. Os 60/70’s também cometeram coisas horríveis esteticamente… Acho que nada ganha do visual disco nesse quesito: calças apertadinhas com bocas de sino enormes, ternos xadrez “acinturados”, mangas largas, ombros altos, lapelas de um palmo, sapatos plataforma e camisa rosa com babadinhos… Tem como ser pior? Ah, peraí, tinha o Elton John… hehehhe
    Falando sério, passou outro dia uma retrospectiva dos 80’s na tv, Multishow, eu acho – serviu para eu passar a limpo minhas lembranças da época. Serviu também para eu lembrar que as coisas cometidas pelos “astros” vinham em doses bem mais palatáveis no dia-a-dia, não lembro das pessoas exagerando TANTO no visual…
    A música pop bobinha de Madonna era divertida (pra mim sua melhor fase), tinha Guns’n’Roses (que ainda tenho em alta conta), U2 e gosto da nossa geração rock.
    Teve Indiana Jones (um marco da minha infância), Curtindo a Vida Adoidado, Caverna do Dragão, Smurfs (hehehe) e muitos outros já citados…
    Bem, dá pra dizer que eu me diverti. =P

  9. Se pararmos para pensar, todas as epocas e decadas tiveram aspectos que podem ser considerados lamentaveis, em termos de estetica (guarda-roupa, musicas, “icones”). O detalhe eh que o que fica para a posteridade eh o melhor (ja explico meu pensamento). Os anos 70 tiveram muita coisa ruim tambem.

    O detalhe dos 80 eh que eles ainda estao muito recentes para “esquecermos” as porcarias. E que tu (assim como eu e muitos) foi adolescente nesta epoca, o que nos da uma outra visao de tudo.

    abraco

  10. fechado!

    esse cara que cantava YES (yes, yééééééis) era brasileiro! foi uma jogada do mister sam, creio. ele esteve fazendo um “show” em americana na época, eu fui no camarim, o cara bebia caipirinha e praguejava “ô merda de cidade”, etc… aí entrava no palco e “cantava” com playback. a cara dos anos 80. hehehe…

    discordo quanto a madonna. ela começou como produto, mas mostrou personalidade, fez músicas ótimas.

    mesmo com muita porcaria tendo visibilidade, a década produziu grandes discos e canções.
    (resposta no meu blog. hehehe… aproveito e façco comercial!)

  11. Rafael, este é o melhor texto sobre os anos 80 que eu já li, especialmente na análise sobre a Madonna.

    Mesmo assim, acho que preciso fazer uma ressalva. Enquanto aturamos muita porcaria, foi justamente na década de 80 que houve o boom das bandas de rock brasileiras. Paralamas, Titãs, Legião Urbana, Lobão, e também o pop gostosinho do Kid Abelha. No Rio de Janeiro, havia a Rádio Fluminense FM, que tocou todo esse pessoal primeiro, além de tocar rock estrangeiro que não saía nas paradas das rádios comerciais. Imagino que nas outras capitais brasileiras devia haver rádios parecidas. Dia desses, ouvindo um disco antigo do Paralamas, eu comentei com meu marido (que é americano e adora o rock brasileiro dessa época) que a música brasileira no meu tempo de high school dava de dez a zero na música americana do tempo de high school dele (Exceção: The Police). E concordou comigo.

  12. Baita post. E a descrição da Madonna é genial. Eu acho tudo isso um grande pé no saco. Ok gostar do brega, mas precisa incensar? Fazer tanta festa? empurrar goela abaixo?

    Aqui em POA a festa-mor do gênero é a Balonê. Se especializaram tanto que agora trazem “mega”-shows para o evento. Passaram recentemente por aqui Rosana, Magal e Evandro Mesquita. E não tem balada em que não toque, no mínimo um set de anos 80.

    Kid Abelha. Kid Abelha é o fim da picada. E eles não morrem nunca!

    Agora, o que eu achei legal mesmo foi tua observação sobre o grunge. Concordo mil porcento e sou defensor. Cansei de escutar que o grunge matou o “rock pauleira” – headbangers defendiam a ascensão do trash metal como substituto das tecnoporcarias, e provavelmente estavam certos; mas antes veio a turma de Seattle e patrolou a cena. Aliás, bom tópico. Escreverei sobre grunge em breve.

    Rufs.

  13. Tiago, o Kid Abelha é bem popzinho, mas cumpriu bem sua função na época. Imagina uma menina moderninha de 20 anos cantando “fazer amor de madrugada”, isso na época não era muito comum, a garotada se amarrava. E o sax divertido do George Israel, aquele cara charmosíssimo…

  14. Eu não achho que os anos 80 tenham sido assim ruins, Rafa. O pop-rock brasileiro floresceu a partir do início dessa década. A música que vinha da Inglaterra também é melhor que a de hoje. E Madonna era (e é) milhões de vezes mais comível e audível que Britney, Aguillera e congêneres.
    A moda sempre muda. Assim como o visual dos anos 80 é hoje datado, que dizer das roupas e penteados dos anos 70, por exemplo?
    Musicalmente, a década perdida foi a de 90. Quem ainda se lembra de grunge? E a ascensão dos sertanejos, depois a dos pagodeiros, e depois dos “tchans” da vida, ocorridas nos anos 90?
    Para mim, década horrível foi a de 1990. Ainda bem que a década atual está bem mais suportável.
    P.S. O cara que cantava Yes era um tal de Tim Moore. Eu o vi no Faustão (Perdidos na Noite), O sujeito disse que esteve lá em Woodstock!

  15. Homem Baile, peralá! Musicalmente, nos 90, temos Lenine, Baleiro, os Chico Science e César, Cássia Eller…, a projeção de Carlinhos Brown, a explosão de Marisa Monte, q me lembro agora. Década perdida??? Concordo q houve coisas ruins, mas superáveis e superadas.
    Bjos,

  16. Não nego que sou um saudosista absoluto, mas também tenho minhas preocupações – especialmente com o atual processo de resgate em excesso desse período. Tenho uma teoria: há dez anos, resgatávamos o que havia de melhor nos anos 70 e produzíamos pouca coisa nova. Hoje, a produção cultural não é das melhores, enquanto ouvimos a maioria relembrar os anos 80 e trazer tudo de volta. Isso quer dizer que, em 20 anos, a geração vai ouvir B-52 e usar polainas, e a humanidade vai entrar num perigoso círculo vicioso de total mediocridade.

  17. Acho Grunge uma porcaria descartável. E é só o que direi, já que a maioria do pessoal da “turma de ressalva” aqui já escreveu o que eu queria dizer. Os anos 90 foram um tédio em termos musicais, e também prefiro as letras da Madonna às da Britney e asseclas. Mas concordo que over-incensar e dizer que foi a melhor década da história é de fazer neurônio doer. Parabéns pelo post. 🙂

  18. Rafael X Anos 80. Acho que é a relação de amor e ódio mais intensa que já vi.

  19. Em matéria de música, acho que havia muita coisa de ruim nos anos 80 mas que ainda é bem melhor que o ruim dos anos 90/2000. Por exemplo as bandas de um sucesso só, ou dois (Metrô, Absyntho, Grafite, Dr.Silvana…) Compare com qualquer coisa da “axé music” por exemplo.
    Também havia muito mais espaço para bandas novas, os compactos ainda existiam, as gravadoras não eram tão megalômanas quanto hoje.
    Outro comentário que já ouvi em algum lugar… o rádio, a TV e o cinema tinham mais espaço. Hoje em dia, a Internet e em menor escala a TV a cabo pulverizou o interesse cultural da população.

  20. Também falando sobre a década de 90, foi quando surgiram os exemplos mais legais de rock, rock alternativo e até death metal sueco, algo que pensei que nunca fosse gostar mas é sensacional.

    Bandas como Mad at Gravity e Los Hermanos mudaram a cara do rock pra mim.

    Bandas como Opeth, Soilwork, In Flames e Children of Bodom mudaram meus pensamentos sobre death metal.

    Bandas como Lacuna Coil, The Gathering, Feeder, Porcupine Tree e Muse me fizeram acreditar que existe sim rock europeu que não copia os Beatles.

    Eu posso continuar até amanhã… ainda bem que estou com pressa pra sair. 🙂

  21. putz… quando falam em BRock dos 80 me dá um RRUPIO!
    ufs!
    se, como eu, vc tivesse 15 anos em 85, ótimo!: tudo parecia bom. mas olhando para trás… num dá, né?

  22. Eu não tenho saudade dos anos 80, eu tenho saudade é da minha infância que por um acaso se passou nos anos 80. Percebe? 😛
    Beijos!

  23. O pior mesmo é o visual, sobretudo os cabelos, a maquiagem e as ombreiras. Em toda a história da humanidade não houve moda mais pavorosa.

  24. Show de bola o comentário sobre os anos 80. Realmente foi terrível em termos de moda, filmes, músicas. De vez em quando pra rir um pouco eu olho minha fita dos 15 anos. Coisa triste!heheheh.
    O filme “Garota de rosa choque” foi igual a todos que tinham naquela época. Mas eu amo aquela música que embalou o beijo dos pombinhos no final. Alguém sabe o nome???

    bjo

  25. Não sei se ainda tá valendo escrever comentários neste post antigo, mas o cantor “one-hit-wonder” de “Yes” era um americano chamado Tim Moore. Segundo depoimentos, ele usava peruca.

    E eu tenho saudades dos anos 80, sim.

  26. MUITO ALÉM DA NOSTALGIA

    Nunca a década de 80 esteve tão POP. A nostalgia vem tomando conta atualmente, pois, para se ter uma idéia a internet trouxe de volta saudáveis lembranças dos anos 80s que são mostrados em diversos sites. Muitos aproveitam para relembrar um pouco a “década perdida” lançando revistas, livros, filmes que tem como finalidade relembrar o que passou, mas que está na cabeça de muita gente acima dos 30.
    Recentemente ganhei de minha esposa um Almanaque Anos 80 que considero um best-seller da cultura oitentista. Lançado pela EDIOURO a obra traz uma série de curiosidades que marcaram a infância de muita gente. Seriados de TV, músicas, desenhos animados, novelas, personalidades, roupas, brinquedos, guloseimas, enfim, de tudo um pouco o que marcou a década de 80.
    Os anos 80 foram marcados pelo glamour e mistura de ritmos, cores, imagens e sons. Algumas bandas nacionais que estouraram nos anos 80s estão de volta graças aos acústicos que estão sendo lançados por aí. Até quem não curtia o som dá época, está ouvindo e comprando Cds de antigos artistas do rock nacional e dá era new wave.
    Foi uma década marcante que nos brindou com a grandes artistas da música como Arnaldo Antunes, Cazuza, Herbert Vianna, Renato Russo e outros.
    Até a moda foi buscar as cores que eram sensação nas vestimentas femininas: o pink, verde-limão e laranja fosforescente estão sendo bastante utilizadas nas roupas e acessórios das novas ‘teens”.
    A onda de revival anos 80 está com toda força. A década que foi marcada pelo atari, os Smurfs e armação ilimitada retorna para saciar um batalhão de saudosistas e parece que foi ontem, mas o jogo Pac-Man, que nos anos 80 estava entre os games favoritos da criançada, já completou 25 anos. Você está ficando velho(a).

  27. Encontrei sua crônica por acaso pesquisando pelo Google alguma coisa que já me esqueci agora…rs Pertenço a essa época estranha e sempre me perguntava será q ninguém concorda comigo que os anos 80 foram horríveis… obrigada!!!

  28. Falar dos anos 80 é muito gostoso , lembro a minha adolescência e quando pela primeira vez pude ir ao cinema sozinha para assistir Nos embalos de sábado à noite , isto em 78 quando dançar era tudo que nós queríamos naquele momento. Ter vivido este momento foi muito lindo e a única coisa que me coloca triste é saber que os meus filhos hoje em 2006 não podem mais viver com aquela tranquilidade quenós podíamos.

    Maria do amparo
    RJ/Ilha do Governador

  29. EU ESTOU CON TRINTA E QUATRO ANOS HOJE MAS TENHO MUITA SAUDADES DOS ANOS OITENTA VCS PODEM ACHAR BESTEIRA MAS EU GOSTAVA DOS MENUDOS DO DOMINO DA PATRICIA DO KID ABELHA HEROIS DA RESISTENCIA, BEM MINHA EPÓCA DE PRÉ ADOLESCENTE COMO O TEMPO PASSA RÁPIDO, PARECE QUE FOI HONTEM GILBERTO GIL MUSICAS DO TIPO ASSIM” NOS BARRACOS DA CIDADE”(RISOS) OBRIGADO POR SER OPORTUNO DAR ESSE DEPOIMENTO DEPOIS DE MUITOS ANOS.

  30. cheguei por aqui procurando por informações atuais de molly e me deparei com esse texto, muito bom.
    a febre oitentista ainda tem muita força aqui na cidade e, na maior parte, representada por festas frequentadas por pessoas que, na infancia estavam dançando é o tchan…
    dai, me dá um frio na espinha quando alguma geração começar a sentir saudade dessas coisas.

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