No meu perfil do Orkut está bem claro para quem quiser ver:
Pets: I like them at the zoo.
Não sou o maior apaixonado por bichos. Não faço segredo disso. E no entanto, na casa de minha mãe há um mini-zoológico. Há Antonieta, a tartaruga. Peter Parker, o poodle que pensa que é gente. E agora há um casal de hamsters.
A tragédia em tudo isso é que foi culpa minha. No Dia das Crianças dei os bichos para meus sobrinhos. Fui para o shopping com eles para que escolhessem o que queriam; mas dei o vacilo imperdoável de passar em frente a uma pet shop, e então eles não quiseram mais nada.
Não sei que doença crianças têm para gostar tanto de bichos. O fato é que eles esqueceram de tudo para comprar os hamsters. Quanto a mim, descobri da pior forma possível que pet shops não vendem hamsters; eles são só uma isca para pegar otários. Eles vendem gaiolas, comedouros, bebedouros, maravalha, ração, pó para banho. Ai do pobre coitado que comprar um hamster.
E assim me vi às voltas com a Ritinha.
A Ritinha é o nome que dei à ratinha. Para mim ela é isso, uma rata sem rabo. Ela é interessante de se ver durante uns 2 minutos: corre para cá e para lá, pára sobre as patas traseiras e fica prestando atenção ao que acontece em redor, corre feito idiota numa roda que não leva a lugar nenhum, enche as bochechas de comida. Tem a mania de se segurar no alto da gaiola, como o Homem-Aranha, e se jogar de lá. Mas o macho, a quem não dei nome por puro desprezo, é outra história.
Hamsters têm tendências a ter uns piripaques. O macho deu um assim que chegou aqui. Ficou lá, estiradão, catatônico, parecendo morto. Se recuperou relativamente rápido mas, coitado, ficou meio seqüelado.
O descalibrado passa as noites rodando em círculo, em sentido anti-horário. É uma das coisas mais irritantes que alguém pode imaginar. Se alguém lembra do chão da sala das preocupações do Tio Patinhas tem uma boa idéia de como fica a maravalha sob esse rato miserável.
É isso, eu até aturo a Ritinha, mas detesto o rato. Por mim ele já teria sumido há muito tempo, mas não quero nem imaginar a mágoa dos meus sobrinhos ao darem por um rato faltando.
Nessa dicotomia, durante as últimas semanas vim tentando achar uma solução. E acho que descobri.
Um amigo, um psicopata chamado Beto, tem um hamster também. Se chama Epitácio (a filha dele tem outro, Bijou, mas pelo nome não boto lá minha mão no fogo). Ontem levei a Ritinha para lá, para ver se o Epitácio faz uns favores a ela.
Se a Ritinha der cria, o rato lelé vai virar comida de gato. Mas longe daqui, porque tudo de que preciso é de um gato me enchendo o saco.