Google Desktop Search

Baixei o Google Desktop Search. Em todos os blogs que leio, elogios eram despejados sobre ele, gente que tinha instalado e adorado.

Antes de instalar, vi que ele indexava e-mails do outlook, cache do Internet Explorer, logs do AIM.

Ou seja: basicamente, material que não existe no meu computador. Certo, indexa também arquivos do Word, e esses eu tenho de monte. Como se eu não soubesse onde guardo cada um deles, nem o que contêm: os tempos dos nomes de arquivos 8.3 (tipo RELVEN12.DOC) já passaram. Há 10 anos.

Mesmo assim mandei instalar. Mas logo de cara ele foi dizendo que precisava habilitar os Add-ons do Internet Explorer. E eu não habilito nada naquilo. Mandei cancelar.

No entanto, a internet aclamou a chegada do programinha como quem vê Moisés descendo do Sinai com as tábuas da Lei.

Alguém um dia talvez consiga me explicar essa mania bisonha que as pessoas têm de seguir modas e de fazer seus os gritos de “bravo!” dos outros, ainda que não os entendam. Se percebi bem o que esse tal GDS significa, é basicamente uma investida do Google contra a Microsoft, uam espécie de recado dizendo “não se meta comigo”. Que infelizmente erra longe o alvo. Mas que não deixa de contar com o rebanho feliz atrás de si.

O novo sempre vem

Se alguém me perguntar qual a melhor coisa que apareceu na internet nos últimos anos, eu não terei dúvidas: o RSS.

O RSS alia a praticidade da Usenet à liberdade da web. Com isso, posso ler a maior parte do que me interessa offline, e em um só lugar (há uma série de agregadores, dos que rodam direto no browser como o Bloglines aos que rodam no Outlook, como o NewsGator. Eu prefiro um cliente específico e, depois de um tempo usando o NewzCrawler, experimentei o SharpReader e o FeedReader, que além de tudo são gratuitos, e nos últimos dias sosseguei naquele que acho ser o melhor de todos, disparado: o FeedDemon. Para o Mac há o NetNewsWire, e deve haver vários para o Linux, que desconheço — embora, se não me engano, o Evolution aceite feeds RSS).

O RSS é a melhor forma de organizar o catatau de informações que a internet oferece diariamente, e é uma vergonha que o Brasil esteja sendo tão lento em adotar, de maneira generalizada, essa nova tecnologia.

O mais engraçado é que mesmo usando o RSS há relativamente pouco tempo, eu já tenho minhas idiossincrasias. A principal delas é só manter assinaturas de blogs que oferecem feeds completos, em vez daqueles que oferecem apenas os parágrafos iniciais. Não apenas porque isso torna a premissa do RSS irrelevante, já que continuarei a ter que ir ao blog para ler o resto; mas porque é uma das maiores provas de incompreensão dessa tecnologia, pelo menos no que se refere a blogs.

E sim, isso é um recado a todo mundo que oferece apenas trechos em seus feeds, e a quem, podendo, não oferece nenhum.

***

Durante muito tempo fui usuário fiel da Usenet. Ainda hoje é lá que está o maior repositório de informações sobre os Beatles, no rec.music.beatles. No entanto ela tinha um problema: você precisava de um servidor para poder acessá-la, e a maioria era fechada — o Brasil nunca teve um decente, que eu saiba; o do UOL era uma palhaçada que não servia para nada.

Pra acessar a Usenet eu usava o Free Agent, o melhor leitor de newsgroups, na minha opinião.

10 anos se passaram e o RSS tornou a Usenet um tanto redundante; agora tem-se o mesmo mecanismo da coisa, só que distribuído de forma descentralizada.

Mas o Agent não acompanhou a mudança dos tempos. Continua preso ao mesmo velho paradigma (que palavra horrorosa) da Usenet. Podia ter aproveitado o aparecimento de uma nova ruptura na Internet para se revitalizar e ocupar novos nichos de mercado, mas não soube enxergar isso. Prefere se posicionar como leitor usenet e cliente de e-mail, onde nunca vai ser nada.

Depois esse pessoal, que perde o bonde por estar olhando para trás, percebe o que deixou passar e grita que a culpa é da Microsoft.

Maluquices

Só atualizando: o Fred Silva publicou nos comentários um link para um fotolog com fotos da tal “louca dos shoppings”, que já tem um nome: Velha Punk. Como disse a Isadora, é a cara do Michael Jackson. Mas seu sorriso triste é mais simpático. Outra diferença é que ela parece ser consumista demais para ser comunista, ou seja: não come criancinhas.

E o blog vai sair, sim, Reginaldo. Só não agora, por absoluta falta de tempo. Mas no começo de outubro, no máximo, ele está no ar. Eu acho uma boa idéia, o mais perto que eu consigo chegar da poesia.

Tata, que tal fazer um favor a este seu eterno apaixonado e dar de presente um layout para o blog?

A canalhice da Telemar

Ontem cancelei minha conta na Globo.com. Migrei para o Fácil, que oferecia acesso DSL gratuito. Estava esperando apenas transferir os textos do meu blog antigo.

A exigência de provedor para o Velox é uma excrescência canalha, feita para roubar o usuário. A rede utilizada é a da Telemar, e a exigência de autenticação por um provedor é só uma maneira imoral de garantir os lucros dos provedores. Você paga uma fortuna por um serviço que dura, se tanto, dois segundos. E se você não desconectar o computador, paga por um serviço que não utiliza hora nenhuma.

Hoje, há alguns minutos, a Telemar simplesmente cortou o meu acesso. Sem aviso. E só depois de me deixar esperando horas no suporte técnico do Velox me explicaram que eles haviam rescindido o contrato com a Fácil.

De repente, eu fiquei sem internet banda larga.

Certo.

Adorei.

Adorei ainda mais porque, por outro lado, quem usa o Velox Empresarial não precisa de provedor. É autenticado diretamente na Telemar. E por algum erro daquelas sumidades, o mesmo número de usuário e senha (especificamente o número da linha) pode ser utilizado por duas pessoas diferentes, em duas linhas diferentes, ao mesmo tempo. E parece que a Telemar não tem como corrigir esse problema.

O que mostra que a canalhice legal é pior do que parece.

Relatório

Fiz um bocado de mudanças aqui neste fim de semana e sequer lembrei de dizer quais foram.

Mudança do Movable Type 2.661 para o 3.01
Poderia ser apenas um upgrade normal, mas serviu de desculpa para as outras mudanças. O MT 3 oferece algumas possibilidades de controle de comentários que, à medida que começo a receber spam de comentários, começam a se tornar necessárias — dia desses, de uma só vez, foram mais de 30 em posts antigos, anunciando de métodos de aumentar o pinto a jogatina. A forma como o MT 3 organiza os arquivos dos posts também é mais robusta e mais sensata, facilitando os backups.

Mudança do sistema de banco de dados
Este blog usava o BerkeleyDB, default nas instalações do Movable Type, e bastante fácil de configurar. No entanto, como ele cresce a uma média de 2 ou 3 posts por dia, é recomendável a mudança para o MySQL. Dizem que é mais rápido e mais versátil, o que o torna preferível quando se vive fazendo mudanças e rebuilds, como eu. Para falar a verdade, nos testes que andei fazendo não vi essa rapidez de que falam. Mas tudo bem. Como ele possibilita backups mais completos, instalei assim mesmo.

Importação de posts e comentários antigos
Nos últimos meses, vim me dedicando a importar os posts e os comentários do blog antigo, no Blogger. Teoricamente há meios de se fazer isso automaticamente, mas a exportação do Blogger está um grau abaixo do podre, e não há a importação de comentários (uma das grandes vantagens do MT é que os comentários passam a fazer parte do próprio post). Resolvi fazer a transferência manualmente, então. Sem pressa. O que não diminuiu o tédio da tarefa.

Mudança da estrutura de arquivos do site
Bobagens que se faz no começo nem sempre podem ser consertadas depois. Separar o MT do blog propriamente dito vai evitar que os serviços de busca indexem os comentários, e algumas mudanças menores devem tornar a administração do blog mais fácil. FInalmente, prepara o blog para MT 3.1, o que realmente interessa.

HTML para PHP
Necessário para que se possa utilizar as mudanças mais importantes da próxima versão do MT. Infelizmente, links para páginas específicas deste blog se tornaram imprestáveis.

Frescuras
Aproveitei para colocar um pluginzinho engraçado: “Hoje na história” mostra os posts publicados no mesmo dia nos anos anteriores. Parece que em 10 de agosto de 2003 eu não publiquei nada, por isso ele só começa a funcionar mesmo amanhã. Aproveitei também para dar uma guaribada no layout do blog. Mas ao contrário das mudanças anteriores, essa foi pequena. Eu não aguentava mais aquele verde.

Extensões

Do jeito que vem de fábrica, o Firefox já é infinitamente melhor que o Internet Explorer.

Mas o melhor, mesmo, é que sua arquitetura permite a instalação de uma série de extensões que ampliam sua utilidade. Dessa forma você pode configurar o browser de acordo com suas necessidades, ao mesmo tempo em que dispensa recursos que não lhe interessam.

São muitas as extensões disponíveis; tanto para o Firefox quando para o Thunderbird. Aqui estão as que eu uso. Só é preciso prestar atenção à data dos arquivos, porque alguns deles não são compatíveis com as versões mais recentes dos programas.

Antes de ir à extensões, duas recomendações:

MozBackup
Pelo menos para mim, é o primeiro utilitário a ser instalado. Faz rápido o backup do Firefox, incluindo configurações, senhas e cookies, e do Thunderbird, inclusive e-mails e todo o resto. É uma das razões para alguém usar o Firefox. Eu já estava cansado de formatar o computador e perder meses de configurações do meu browser. Aqui.

Temas
Tem razão quem diz que o Firefox é feio (e o Thunderbird não fica atrás). Mas você pode instalar um sem-número de temas, que dão a ele a cara que você quiser. Há temas para o Firefox e para o Thunderbird.

O que eu uso é o Charamel, para ambos.

Firefox

Tabbrowser Extensions
O Tabbrowser Extensions efetua a sintonia fina do comportamento das abas. É, sem dúvida, a extensão mais importante a se instalar, e praticamente imprescindível.

Allow Right-Click
Uma das coisas mais chatas que conheço são páginas que usam mecanismos para evitar que você use o botão direito do mouse. Geralmente para evitar que você copie imagens, mas isso evita que você abra outras janelas ou abas sem sair da página inicial. O Allow Righ-Click acaba com isso.

Google Pagerank
Só uma bobagenzinha que lhe mostra, no cantinho direito inferior da janela, qual o pagerank da página que você está visitando.

Spiderzilla
Útil para baixar um site inteiro e salvar no seu computador. Mais útil ainda quando você encontra alguma informação útil nos Geocities e hpG da vida e tem medo que acabe saindo do ar.

BugMeNot
É uma extensão que facilita o uso do BugMeNot, que por sua vez dispensa registro em sites que resolvem saber tudo sobre sua vida. Por exemplo, dispensam que você seja obrigado a revelar que seu nome é Mickey Mouse, tem 97 anos, mora no Turcomenistão e tem uma renda de alguns milhões de dólares por mês.

EditCSS
Adiciona um item de menu que lhe permite dar uma olhada no CSS da página que você está olhando.

Thunderbird

TB Attachment Tools
Provavelmente o mais necessário de todos, porque é o que me permite guardar mensagens sem os respectivos anexos. Faz outras coisinhas, também.

Get All Mail
Para baixar todos os e-mails de todas as contas de uma só vez.

Tagzilla
Para adicionar taglines (se você não sabe o que é, tenha certeza de que não precisa) a e-mails.

Movable Type 3.1

Boas notícias para o mês de agosto, pelo menos para quem, como eu, usa o Movable Type.

A versão 3.1 trará alguns acréscimos que melhorarão, e muito, a vida que quem escreve blogs. A mais fraquinha é a adição de subcategorias. Por exemplo, eu tenho uma categoria (veja aí ao lado) sobre cultura em geral. Agora poderei subdividi-la em literatura, música, cinema e etc. É uma boa.

Depois disso vem a adição de templates dinâmicos. É algo mais técnico, e é o que vem empolgando todo mundo que li, mas isso eu deixo que o Chad Everett, que deu a informação, explique.

Além disso, uma série de plugins serão incorporados, aumentando a funcionalidade do MT.

Mas a melhor de todas as novidades, mesmo, é a possibilidade de programar a publicação de posts.

Eu não gosto de deixar o blog às moscas. E por isso, quando viajo, sempre dou um jeito de entrar (se levo o computador faço isso do hotel, mas se não levo — e cada vez menos me empolga este computador nas costas — me enfio nos mais abjetos cybercafés) e postar alguma coisa. E aí checo e-mail. E visito algum blog. E faço isso e aquilo.

Com a publicação programada isso acaba. Basta escrever, dizer quando ele deverá ser publicado, e o MT fará isso automaticamente. Isso quer dizer que posso passar meses longe do blog, e mesmo assim publicar todo dia.

A vida vai ficar mais fácil.

Gmail, Orkut e Babe, o porquinho atrapalhado

Alguém pode me dizer o que faz as pessoas agirem como as ovelhas de “Babe, o Porquinho Atrapalhado”?

Eu já estava me achando um intocável indiano quando a Tata me mandou um convite para o Orkut. Enquanto isso, as pessoas estavam comprando convites para o Gmail, o e-mail de 1 GB do Google. Virou moda. Ter um e-mail ali se tornou sinônimo de status. Como ninguém me ofereceu um, pedi ao Fredrik Wackå do CorporateBlogging.Info. Ele foi gentil e me mandou o convite imediatamente.

E agora, algumas semanas depois, vi que tudo o que eu imaginava era verdade.

O pior caso é o do Gmail. A questão é que, com 1 GB ou 1 TB de espaço, isso é apenas um e-mail. E dos mais vagabundos, porque é webmail. Aliás, ainda mais vagabundo, porque submete o usuário a propaganda.

Não é sequer por causa do tamanho do espaço, porque desde aquela época o Spymac oferece a mesma coisa, além de alguns bônus como blog e 100 MB de armazenamento pessoal.

A única razão que consigo ver para que as pessoas queiram algo parecido é o fato de a empresa ter gasto um bom dinheiro em relações públicas para criar, em uma sociedade que não sabe o que quer nem aonde vai, a vontade premente de ter um e-mail com a marca Google — que por sua vez é só uma empresa e pode muito bem sumir em alguns anos. É maluquice. Eu ainda estou tentando descobrir o que fazer com o meu Gmail.

E tem também o Orkut.

O único sentido que vejo naquilo é o jogo em si. É tão simples que não sei como não percebi isso antes: ele vale por si próprio. Não tem objetivo. Não tem aonde chegar. Sua razão de ser é ele mesmo, como um jogo de SimCity. Talvez você possa procurar a comprovação da teoria dos seis graus de separação; mas esse é o máximo de significado que você vai achar no Orkut. Ele vale por si mesmo, porque de resto é absolutamente redundante e desnecessário. É engraçadinho no começo, e só.

Certo, as comunidades são interessantes. Mas são pouco mais que uma adaptação da velha e boa Usenet, com alguns avanços e retrocessos.

Ou seja, é tudo velho.

E eu não entendo mais nada. E quando não entendo, acho que basta fazer mééé e tudo bem.

Eudora e Thunderbird

Usei o Eudora desde que comecei a acessar a internet. Nesses quase 10 anos, foi o único cliente de e-mail que usei para minhas contas pessoais (já usei o Outlook para algumas contas, paralelamente, mas apenas para separar trabalho).

Para mim, lidar com e-mails é complicado. Tenho um sistema meio maluco de organização, o que inclui 4 contas checadas várias vezes por dia e pelo menos mais 5 que checo umas 3 vezes por semana (tem ainda duas que checo quando Deus dá bom tempo, apenas para garantir que elas continuem recebendo o spam nosso de cada dia).

É um sistema que funciona perfeitamente, mas que já está exagerada e que se beneficiará de uma enxugada. Isso, no entanto, fica para depois.

Para piorar, guardo virtualmente todos os e-mails que recebo e mando, com exceção das newsletters que assino, piadas ruins e aqueles que são apenas veículo para arquivos anexados. Por exemplo, tenho as provas de que o Elcio, que hoje é um usuário fiel do IE, já foi um defensor do Linux e odiava o programa que usa hoje.

Por isso, meu nível de exigência de um cliente de e-mail é muito alto. O Outlook Express não presta para absolutamente nada, porque sequer consegue arquivar uma mensagem sem seu anexo. O Oulook é melhorzinho, mas quem consegue usar aquilo?

O Eudora sempre supriu todas as minhas necessidades. E apesar de um layout antiquado e de problemas com HTML, é o melhor cliente de e-mail que eu poderia desejar.

Mas ele é pago.

Nos últimos dois meses testei o Thunderbird. É gratuito, eficiente e, embora um pouco mais complicado que o Eudora, faz tudo o que ele faz — chega a fazer algumas coisas melhor. O único problema está no manuseio de anexos, o que se resolve facilmente com uma extensão. É incrível que, em tanto tempo, somente o Eudora tenha desenvolvido uma solução decente para o problema de arquivamento de e-mails. Ele permite que eu manipule msgs e anexos separadamente. Ou seja, posso guardar a mensagem e apagar o anexo.

Semana passada mudei, definitivamente, do Eudora para o Thunderbird. Ele sobreviveu à prova final, a formatação do HD.

De qualquer forma, eu vou sentir saudades do Eudora.