Sobre o Windows

O Doni escreveu há algumas semanas um post dizendo que o Linux é o melhor de todos os sistemas operacionais.

Eu gosto do Windows. Acho os computadores da Apple uma gracinha, as coisas mais lindas que existem; mas são computadores caros demais que só fazem sentido em nichos específicos, particularmente edição de vídeo e, como me lembrou a Lucia Malla uma vez, edição de imagens muito grandes. Todo o resto um PC com Windows faz, mais rápido e por metade do preço. O MacOs é um excelente sistema operacional, mas com péssima relação custo/benefício.

Quanto ao Linux, eu prefiro nem começar (e antes que alguém diga que é só antipatia, eu gostaria de lembrar que já instalei algumas versões do Linux no meu computador, do Red Hat 8 às últimas versões do Ubuntu). Ao lado estão os programas que mais uso no computador, com exceção do Word. Para alguns deles, o Linux certamente oferece algumas alternativas quase razoáveis. Para internet e aplicativos de escritório, por exemplo, o Linux pode quebrar o galho — embora qualquer comparação do OpenOffice com o Microsoft Office seja, principalmente, um exercício de boa vontade.

Mas para praticamente todo o resto, eu preciso do Windows. Tenho a impressão de que se as pessoas passassem menos tempo inventando versões diferentes para o Linux e se concentrassem em aplicativos realmente úteis, e melhores que os da Microsoft, o cenário seria um pouco melhor. O mundo do Linux é confuso, excessivamente variado para quem, como eu, não quer perder tempo brincando com um sistema operacional. O melhor exemplo que posso dar é a página de download do VLC, o melhor media player disponível: uma versão para o Windows, uma para o MacOS — e uma porrada de versões para as porradas de versões do Linux.

O Doni que me perdôe, mas definitivamente o Linux não é essa maravilha toda. Se fosse, a essa altura os computadores de todo o mundo estariam usando esse sistema operacional. Mas as pessoas preferem o trabalho de comprar ou piratear o Windows do que simplesmente passar pela pequena tortura que é fazer as coisas funcionarem no Linux. É um raciocínio simples e lógico: se alguém prefere o trabalho de piratear alguma coisa em vez de simplesmente utilizar o que é gratuito, é porque o objeto pirateado lhe traz mais vantagens.

Eu já vi bastante gente comprar computadores que vêm com o Linux pré-instalado e passar para o Windows. E não é gente com alguma necessidade específica em informática: pessoas que simplesmente querem acessar internet, usar programas de escritório e jogar um pouquinho.

O virtual monopólio do Windows, antigamente, era explicado pela base instalada de programas. As pessoas usavam o bicho porque os outros usavam. Mas à medida que mais necessidades são resolvidas na internet, com a consolidação do cloud computing, essa explicação se torna mais insuficiente. Infelizmente, os defensores do Linux não explicam esse pessoal. Provavelmente porque sua mentalidade é excessivamente técnica. Vêem as qualidades intrínsecas do sistema operacional, com mentalidade de engenheiro, e esquecem da vida real. Não é isso que as pessoas querem. Eu, pelo menos, quero um sistema operacional que simplesmente possibilite as coisas que eu preciso fazer. O MacOS é suficientemente bom, mas caro demais. O Linux é barato, mas não resolve os meus problemas. Me resta o Windows.

***

O post do Doni me lembrou que à medida que o tempo passa vou ficando cada vez mais burro nessas coisas de computador. E gosto disso.

Já vão longe os tempos em que eu mexia no config.sys e no autoexec.bat do Windows 3.1. Hoje quero basicamente usar o que já vem pronto. O jeito como aprendi a usar um computador, há cerca de 15 anos, ainda é o meu preferido. Gosto de cada coisa em sua pasta. Não gosto dessas coisas virtuais, desses atalhos que a Microsoft insiste em fazer em nome de uma tal “usabilidade” tipo “Meus Documentos”. Prefiro coisas mais cartesianas e mais óbvias. Talvez por isso ainda use tanto o Windows Explorer.

Antigamente, a primeira coisa que eu fazia quando comprava um computador era particionar o HD em dois (com o velho FDisk do DOS). Hoje meu computador já vem com dois HDs, e assim separo um disco para programas e outro para arquivos. É mais prático assim, porque tenho mania de formatar o HD de vez em quando: acredito piamente que o Windows é biodegradável e estraga com o uso. Um HD externo faz com que eu não precise mais gravar constantes DVDs de backup. Mas gravo assim mesmo, do que é mais importante. Seguro morreu de velho. Não gosto dessas coisas de backup na internet. Sou um velho que guarda dinheiro no colchão.

Uso o Firefox desde as versões 0.x. Nunca usei o Internet Explorer (com exceção de uns meses malditos entre o Netscape 4.74, ruim de doer, e o lançamento do Netscape 7, substituído logo em seguida pelas primeiras versões realmente funcionais do Mozilla). Já experimentei o Opera, muito tempo atrás, mas nem me dei ao trabalho de olhar o Google Chrome.

Durante muito tempo usei o Zone Alarm e o Norton Antivírus. Hoje uso o Avast!, e o firewall do Windows quebra bem o meu galho. O PGP garante que os dados mais importantes para mim continuem seguros.

Não costumo rodar jogos no computador, que instalava eventualmente para minha filha, apenas — ela gosta de arrebentar alienígenas e de mandar pingüins para o espaço. Mas o Chess Titans, que vem com o Vista, é perfeitamente adequado para mim: eu, que sou um jogador de xadrez abaixo do medíocre, vivo ganhando do computador porque no Chess Titans dá para roubar. Já joguei, no entanto — e até hoje, considero os melhores jogos da história –, SimCity, Civilization e Quake I, os dois últimos por mais de dez anos. Nunca gostei de video-games (Atari ou Nintendo não me dizem absolutamente nada) e não sei pegar num joystick. Nunca vou saber.

Já houve um tempo em que virtualmente todos os programas do meu computador eram pirateados, a começar pelo Windows. Hoje, com exceção do próprio Windows, que já vem instalado, e do Office, que compro porque me evita dor de cabeça, dou preferência a programas open source. Não porque me incomode com a filosofia por trás deles, mas porque são bons, gratuitos e simplificam minha vida. A Adobe, no entanto, ainda continua me incitando à marginalidade.

Alguns programas não entram no meu computador. O Nero, por exemplo — há uma infinidade de programas gratuitos e infinitamente mais leves que fazem a mesma coisa. No meu caso, um já vem instalado de fábrica, e eu fico com ele mesmo. De modo geral, a exuberância de programas gratuitos à disposição não me diz muita coisa. Eu não gosto da maioria dos programas incensados por aí. Acho o Picasa, por exemplo, uma coisa meio tosca que só emporcalha o computador. Minhas fotos eu resolvo com o Photoshop e o Windows Explorer.

Olhando para trás, vejo que há poucos programas que abandonei ao longo do tempo. Troquei o CuteFTP pelo Filezilla, Eudora pelo Thunderbird, ICQ pelo Windows Messenger. Com o surgimento do DivX experimentei um bocado de players: mas nada bate o VLC. Já usei o iMesh para trocar arquivos, fiquei com o eMule durante muito tempo, mas o µtorrent é bem razoável e quebra o galho, embora eu baixe poucos arquivos hoje em dia. Não tenho mais paciência.

Outros programas foram embora porque não são mais necessários. WSGopher, Secret Agent (um leitor de cache da web, algo bem útil há 15 anos), Trumpet WinSock, Free Agent (leitor de newsgroups Usenet que o excesso de informação me fez abandonar), mIRC. Usei tudo isso. Não uso mais, e já há algum tempo.

Não me imagino com uma página no Twitter. Tenho perfil no Orkut e no Facebook, mas entro ali só de vez em quando, quando alguém me adiciona. Não consigo me comunicar através daquilo. Prefiro o Messenger, e gosto muito de e-mail. Gosto ainda mais do meu e-mail no meu computador, embora o Gmail seja tão bom que quase me faz acostumar com webmail. Perdi a conta do número de e-mails que já tive; mas o tempo passou e hoje uso basicamente duas, além do e-mail do trabalho.

Resumindo, eu sou um velho que gosta das coisas do jeito antigo.

38 thoughts on “Sobre o Windows

  1. joystick = pau da alegria

    eu fiquei abismado quando percebi isso pela primeira vez.

    quanto aos programas, eu diria que o linux é um sistema operacional que tem um potencial maravilhoso e uma idéia espetacular por trás, mas esse potencial a que me referi ainda não foi plenamente realizado.

    talvez a melhor solução pra quem quer dar apoio à causa seja utilizar os dois em um hd particionado. e sempre que possível utilizar softwares open source. instalei o office e o broffice aqui no meu pc, a título de comparação, e pretendo fazer a mesma coisa quanto ao photopaint, colocando o gimp.

  2. O Linux, como todo sistema operacional, tem o seu jeito de se fazer as coisas. Então, por exemplo, ir à página do VLC pra constatar que existem trocentas versões para Linux não quer dizer tanto assim: no Linux o modo “usual” de se instalar programas não é indo na página do programa. É através de um software específico que lista os programas que vc pode instalar, vide apt-get.

    E as pessoas continuam usando Windows porque seus conhecidos usam Windows, não é coisa do passado. Muita gente compra o computador com Linux e manda trocar pelo Windows justamente porque todas as pessoas à volta usam Windows, e quando essa pessoa precisar chamar o sobrinho pra fazer um conserto, ela quer ter a garantia de que o sobrinho vai saber dar conta do negócio — só que o sobrinho manja mais de Windows, e por aí vai…

  3. Até há alguns meses eu tinha o Ubuntu instalado em dual boot com o Windows XP.

    Não nego que se trata de um bom sistema, que adequadamente configurado é tão fácil de usar quanto o Windows… mas o problema é esse, deixá-lo redondinho para as minhas necessidades.

    Acho inconcebível, hoje, um sistema que não venha pré-configurado para ouvir arquivos MP3, por exemplo. E o Ubuntu — por umas dessas questões cabeludas de licenças do mundo open source — não vem, ainda que, segundos depois de instalá-lo, possamos baixar os codecs necessários pelo próprio Synaptic.

    Enfim, percebi que estava gastando tempo demais para coisas simples como intalar um driver para gravar arquivos numa partição NTFS — coisa que já deveria também vir no próprio sistema. E eu percebi que foram-se os dias em que eu me divertia só em fuçar um sistema operacional.

    Tirei o bichinho e não pretendo voltar por um bom tempo.

  4. Humn, tecnicidades: não são versões diferentes do VLC, apenas instaladores diferentes 😉 Aliás, se você conferir a página para o suse vai ver que tem um botão de instalção em 1 clique (isso mesmo, baixa e instala na hora, sozinho), bem mais prático que o processo equivalente do windows não? (Disclaimer: uso predominantemente o XP.)

    Aliás, sei que não deve ser o seu caso, mas o KMPlayer é o programinha ‘toca-tudo’ que venho usando há alguns anos, e que me satisfaz mais que o VLC.

    E o outra, para as fotos, aposto que o Lightroom (também da famigerada Adobe) pode ajudar com o seu ‘fluxo de trabalho’.

    Agora, sobre a questão Windows x Linux, ainda acho que o problema continua a ser hardware. As empresas lançam as coisas com selinho ‘Windows ready’ e daí a comunidade tem que correr atrás para fazer funcionar no Linux. E não tem como fazer engenharia reversa de tudo, então tem alguns que ficam sem suporte mesmo (tipo o meu adaptador wireless usb, damnit!).

    Ademais, tem o problema do suporte, tá cheio por aí de ‘entendedor’ (ah-ham) em Windows. No Linux tudo vira um desafio intelectual – fazer o quê, eu gosto disso, mas se até para mim enche o saco, compreendo que quem quer apenas usar o computador não teria porquê passar por isso.

    Mas, por exemplo, a nova versão que a HP está fazendo para os netbooks dela, por ter uma marca popular por trás e criar uma camada de abstração entre o usuário e a configuração do SO (tudo no linux parece complicado para um usuário novato), pode dar uma alavancada no uso.

    Porém, logo vem o Windows 7, então…

  5. “Resumindo, eu sou um velho que gosta das coisas do jeito antigo.” ?

    Bem, como diria o outro:

    “To be conservative, then, is to prefer the familiar to the unknown, to prefer the tried to the untried, fact to mystery, the actual to the possible, the limited to the unbounded, the near to the distant, the sufficient to the superabundant, the convenient to the perfect, present laughter to utopian bliss.”

    A verdade, caríssimo paraíba, é que o senhor é um oakeshottiano e ainda não se deu conta. 🙂

    Abração, rapaz.

    Gabriel Trigueiro

  6. As diversas distribuições do Linux são extremamente necessárias. É um processo de seleção natural clássico. Darwin certamente usaria Linux! 😀

    Elas competem entre si e cada avanço significativo é copiado pelas outras. O mesmo para o Gnome e KDE, os ambientes gráficos para Linux.

    O avanço é tão rápido que em 6 meses as melhorias são enormes.

    Rafinha, se você ainda não testou o Linux com ambiente gráfico KDE 4.2 e OpenOffice 3.0 não tem condições de avaliar um desktop Linux moderno. Esse dois exemplos são verdadeiros novos paradigmas é um novo ramo evolucionário 🙂

    Se você pegar a versão mais nova do Kubuntu (Ubuntu com KDE) ainda não vai ter nem o KDE 4.2, nem o OpenOffice 3.0. Mas eu já uso ambos no meu Kubuntu 8.10.

    Esses problemas já relatados de codecs, NTFS, mp3 não são problemas técnicos ou de usabilidade mas sim problemas comerciais. É preciso alguém mais acostumado com o sistema por perto para ajudar nessas tarefas.

    Veja isso:

    http://www.zdnet.com.au/insight/software/soa/Is-it-Windows-7-or-KDE-4-/0,139023769,339294810,00.htm

  7. jv,

    “no Linux o modo “usual” de se instalar programas não é indo na página do programa. É através de um software específico que lista os programas que vc pode instalar, vide apt-get.”

    Rapaz… No Windows a gente clica duas vezes num arquivo e voilá. Me parece um tanto quanto mais simples. 🙂 E essa justificativa da ubiqüidade do Windows não vale mais. As pessoas não pensam tanto assim no que vai dar errado. Mas elas querem facilidade. Para que apt-get se é bem mais fácil simplesmente clicar num programa? o que afasta as pessoas dos computadores não é possibilidade de troubleshooting. É que o Windows e o MacOS são mais fáceis de usar. Essa mentalidade é a do engenheiro. Não é a do usuário comum. E eu acho que é esse o problema do Linux. Aí a gente olha o comentário do Fred, respondido mais abaixo, e se pergunta: no fim das contas, o Linux não procura justificativas demais para algo que afinal parece andar em pouco mais que círculos?

    Marcos,
    O problema é também hardware. Por isso que eu digo: se em vez de arranjar tantas versões nego se preocupasse em tentar garantir que qualquer coisa funcione no Linux, como para fazer o seu adaptador wi-fi funcionar, as coisas não estariam melhores? Mas eu também acho que não é só isso. Acho que pela origem técnica do Linux, alguns aspectos de simplicidade são esquecidos. E isso é importante.

    Fred,
    Testinho engraçado, esse Windows 7 x KDE… Na minha terra isso é chamado de fraude. As pessoas vêm um sistema operacional bem bonito, bem moderno, já todo ajeitado, por alguns minutos ou segundos, e é claro que vão dizer que parece Apple, que isso e aquilo. Agora pede para eles pegarem um computador zerado e ter o trabalho de deixar tudo daquele jeito. Como as pessoas não usaram o Linux exaustivamente, acaba sendo um concurso de beleza. E eu sei de vários momentos em que o Linux foi mais bonito que o Windows (o Red Hat 8 era mais interessante que o Windows 2000 nesse quesito, por exemplo). Mas o problema não está aí. Está na facilidade de uso cotidiano.

    Rafinha, se você ainda não testou o Linux com ambiente gráfico KDE 4.2 e OpenOffice 3.0 não tem condições de avaliar um desktop Linux moderno.

    Certo. Então vamos avaliar o desktop linux de 6 meses atrás, tá? Sei se faz tanta diferença assim, não. Só me diz uma coisa: a estrutura do Linux (digamos, Ubuntu) muda com o KDE? Ele finalmente é tão fácil de usar quando, digamos, o Windows 2000? Quando à necessidade de várias distros, se essa concorrência fosse tão boa e produtiva por que o Linux ainda não está à frente de sistemas operacionais como o Windows e o MacOs (no caso da Apple eu não questiono penetração de mercado), produzidos por empresas verticais com nítida vocação monopolista? Esse é um dos problemas: as pessoas não estão preocupadas se o problema A ou B é técnico ou comercial. O que interessa é que é um problema, ponto. E as pessoas querem usar computador para resolver problemas, não para arranjar mais alguns.

    Victor,
    Qual o seu veredito sobre o Open Office e o MS Office?

    Gabriel,
    Eu sempre fui um sujeito frugal. 🙂

  8. Rafael, mas na questão de hardware a culpa não é de várias distros, ou da sugestão implícita de dispersão de esforços, e sim do modelo de negócio M$ de ser. Tá cheio de hardware que também não funciona no OSX. Entretanto, dada a expressão comercial deste (que o linux nunca vai ter), há um esforço da própria indústria para atingir a compatibilidade.

    Como todos aqui devem saber, esse debate linux vs windows é muito antigo e já foi exaustivamente discutido, ademais é um assunto, assim, meio jesus da teologia da libertação vs alá.

    Um ‘problema’ básico do linux é ser um sistema feito por programadores/aficionados para programadores/aficionados. Muitos argumentam que a tal da usabilidade é tucanês para tratar o usuário por idiota. Enfim, brincando um pouco com o comentário do Fred, digamos que o linux é Galápagos, onde os processos evolucionários e de seleção natural ocorrem numa velocidade assustadora. Isso muito provavelmente não ocorreria se não fosse pelas condições favoráveis da ilha.

    O ponto que quero chegar é: o linux é um laboratório extremamente prolifero, justamente por ser um nicho. No fim, os outros OSs também se beneficiam das evoluções benéficas selecionadas e o linux emula as que ocorrem fora da ilha.

    Será que é por aí? E se for, será que vale a pena mudar o paradigma? Inchando o nicho vai favorecer o processo?

    ps: parou no Civilization 1 ou rola uma partidinha de CivIV?

  9. Problemas e customizações todos tem, a diferença é que você já sabe fazer no Windows. Se colocarmos na sua frente uma instalação nova do Windows, quanto tempo você gasta para deixar do jeito que você usa? Além de ter que instalar service packs, anti-vírus, anti-spyware?

    O que você viu no vídeo é um fresh install do KDE 4.2. Como eu disse a diferença é grande! A seis meses atrás estaríamos falando do KDE 3.5, bem inferior.

    Eu uso Linux desde 95, exclusivamente desde 98 e me sinto completamente tolhido e improdutivo no Windows.

    Eu não tenho dúvida de que o Linux já é uma solução plena para o Desktop. Obviamente é um choque cultural e tem uma curva de aprendizado.

    Quantos usuários de Windows sabem reinstalar um sistema, instalar o MsOffice? Eu sei bem o que isso, canso de ser solicitado para fazer esses pequenos trabalhos por amigos e parentes. E dá um trabalho danado!

    Muitos dos programas que você usa são frutos desse processo evolucionário, Firefox, thunderbird, VLC, etc. Porque você usa abas nos browser hoje? Porque usa plugins no Firefox e no Thunderbird, de onde vieram essas inovações? De projetos OpenSource! A mesma força que move o Linux.

    Dá próxima vez que você for fazer um teste do Linux, teste o Kubuntu ao invés do Ubuntu, o KDE é muito mais semelhante ao Windows do que o Gnome. Você é velho e não aprende novos truques facilmente 😛

    O Kubuntu 9.04 com KDE 4.2 e OpenOffice 3 vai sair em 23 de abril!

    Aproveite e baixe agora o OpenOffice 3 e instale no seu Windows e me diga o que você acha.

    Para o usuário doméstico comum, só se livrar dos vírus, spywars, trojans, etc é vantagem enorme em usar o Linux.

  10. Fred,

    O discurso da segurança não cabe aqui. Até porque o MacOS é também bem mais seguro — e mais estável, antes que esse ponto entre em discussão — que o Windows e é fácil de usar. A questão, que você acabou levando para o valor intrínseco do Linux, o que é o que eu chamo de raciocínio de engenheiro, não é essa: é o fato de o valor percebido do bicho ser muito baixo. É essa a questão. Muita gente não sabe instalar isso ou aquilo no Widnows? Verdade. O problema é que é mais difícil no Linux, só isso. E ninguém, a não ser técnicos e etc., vai querer mudar de um programa pra outro mais difícil. Vai mudar para um mais fácil. E é isso que condena o Linux.

    Ainda que eu concordasse com o seu argumento de que o Linux é uma solução plena para o desktop, eu lembraria que para ele ser realmente utilizável é preciso um trabalho que Zá, João e Maria não estão dispostos a ter. E o problema não está no KDE ou no Gnome. É o que está por baixo deles. O MacOS é um sistema cada vez mais diferente do Windows, mas continua sendo extremamente fácil. O Linux não é.

    Quanto ao vídeo: independente de ser fresh install, as pessoas não usaram o Linux. Não tentaram instalar programas. Não tentaram fazer isso ou aquilo. É aí que a conclusão a que ele tenta levar se torna uma fraude.

    De qualquer forma, a questão não é bater no modelo open source — e você está certo quando lembra a sua importância. A questão é o Linux, especificamente. (E só uma correção, mudando um pouco de assunto: o primeiro browser a usar abas, que eu lembre, foi o Opera. Que até pouco tempo era pago.)

    Mas, como sabemos, 2009 vai ser o ano do Linux. 🙂

    Marcos,

    Acho que concordo quase integralmente com o seu comentário, embora não ahcei especificamente o Linux seja tão prolífico assim — o open source, sim, é. Faço uma exceção à menção ao OSX: hacking não vale. E é muito provável que haja mais usuários de Linux do que de Macs por aí; o argumetno comercial não vale, nesse caso.

    Além disss, eu sempre achei que em vez de correr atrás de caras diferentes para o Linux eles poderiam ter mais visão de futuro. Por exemplo, o Linux poderia ter ocupado um nicho que a Apple ocupou quase totalmente: edição midlle end de vídeo, como em produtoras, etc. Ainda têm tempo, aliás. Mas estão mais preocupados em fazer uma distro nova. É uma bobagem. Passam a vida correndo atrás do Windows. É um erro.

    E quanto ao Civilization, eu parei no II. Ainda tenho o CD aqui. Era feito pra Widnows 16-bits. 😉

  11. Rafael, não falava de OSx86, ou nada do tipo, me referia a periféricos mesmo. Claro, também entra a questão de poder fazer um upgrade com mais liberdade (o que não é possível com o OSX, não tanto por culpa do sistema operacional, mas sim da Apple e o modelo de negócio dela).

    Engraçado, o modelo da Apple e da M$ é quase o oposto. Dado que aquela também vive em um nicho, acaba apostando em um controle restrito sobre o hardware que tem suporte, enquanto esta tem como trunfo a sua aposta na virtual compatibilidade universal.

    E o linux, apesar da quantidade de usuários, acaba sim por ficar alijado, justamente porquê não se encaixa em nenhum desses modelos (apesar de aparentemente ter a mesma aposta da M$, não tem nem de longe o cacife/apelo dela). Se tivesse apostado em algum nicho, como você sugere, isso provavelmente não aconteceria.

    Também supõe-se que a mentalidade de quem produz o periférico/hardware acabe indo numa linha do tipo “quem usa Apple e Microsoft está disposto a pagar, quem usa linux, não; será que eles vão querer pagar pelo que eu ofereço?”. O quê não é exatamente inteligente, mas…

    Tenho uma correção a sua resposta ao Fred. Quando você se diz que o problema é o que está por baixo da interface gráfica e depois fala que o OSX é cada vez mais diferente do Win. Acho que você se confundiu ao escrever, o Linux e o OSX pertencem à mesma família (‘Unix-like’). Claro, um é o neandertal, o outro é o sapiens (fica ao critério do leitor relacionar os dois). O Windows é de outro reino, dos vírus. 😉

    Enfim, o papo está bom, mas como não vai dar para decidir a disputa numa partida de CivIV, fico por aqui. 🙂

    Abraço.

    ps: 2009 é o ano do Boi (chifrudo!). Mas que foi boa a provocação, isso foi, hehe.

  12. Deus me livre! Este blog virou um painel de entendidos em tecnologia!
    Estou fora. Rafael, for God´s sake, retorne às suas críticas de cinema, literatura, costume, etc., mas tecnologia, não, por favor! Daqui a pouco, teremos o próprio Bill, Steve, comentando no blog. Esse assunto só perde em chatice para a culinária do Alaska, a Playboy inglesa, uma festa de aniversário num cantão suiço, um improviso do John McCain e um discurso da dona Marisa Lula da Silva.

  13. ” “no Linux o modo “usual” de se instalar programas não é indo na página do programa. É através de um software específico que lista os programas que vc pode instalar, vide apt-get.”

    Rapaz… No Windows a gente clica duas vezes num arquivo e voilá. Me parece um tanto quanto mais simples. ”

    Eu, hem? Instalar programas no Ubuntu eh bem mais facil do que no Windows. Vc nao precisa ir na pagina para download (nem digitar apt-get!). Serio, Rafael, vc realmente usou o Ubuntu? Pq basta sair selecionando no Synaptic os prgramas que te interessam e pronto! Ele instala e mantem atualizados os programas.

  14. Eu sou uma pessoas que não gosta de carros, não usa celular e não assiste televisão. Devo ser, provavelmente, o pior publicitário do mundo. rs

    Entao esse discussão é completamente desinteressante para mim. Vou comer algo e ja volto.

  15. Mais um Windows-user aqui 0/

    Não quero entrar no mérito do porquê o Windows se sobrepõe aos concorrentes para minhas necessidades, apenas dar-lhe duas dicas, de micreiro das antigas para micreiro das antigas:

    Experimente o KMPlayer no lugar do VLC. É mais leve, robusto, suporta “êne” formatos de vídeo por padrão e a skin padrão é mais bonitinha 🙂 .
    No lugar do programa que veio com o PC para gravar CDs/DVDs, na maioria das vezes alguma versão capada do Roxio ou do Nero, teste o BurnAware. É um programinha russo gratuito (tem versão paga, mas é dispensável) extremamente competente.

    Acerca da questão das abas em navegadores, há divergências, mas a opinião majoritária é de que o mérito cabe ao NetCaptor, um add-on fechado do (vejam só) Internet Explorer, lançado em 1997 (fonte).

    []’s!

  16. “Tenho a impressão de que se as pessoas passassem menos tempo inventando versões diferentes para o Linux e se concentrassem em aplicativos realmente úteis, e melhores que os da Microsoft, o cenário seria um pouco melhor.” Tenho que dizer que concordo com isso… Bem, seu texto citando meu post demorou um pouco a sair, e já me pegou de volta ao bom e velho Windows XP. Confesso que me encanto com o Ubuntu. Não só pela filosofia ou pelo blá blá blá ideológico de “humanidade para todos”, mas porque ainda tenho meus momentos de garoto que adora uma personalização, que adora passar horas aprendendo coisas novas, deixando um sistema com a minha cara e entender a fundo como as coisas funcionam… Enfim. O problema é que percebi, com sofrimento, que não tenho mais tempo para isso. Algumas tarefas absurdamente simples no ambiente windows precisavam da leitura de N tutoriais no Linux, e há um certo orgulho da comunidade nisso. Isso tudo somado ao fato de o Ubuntu 8.10 ser cheio de bugs, me trouxe de volta. A próxima versão do sistema provavelmente entrará em minha máquina, mas estará do lado de um windows 7, que já tem lugar reservado também.

  17. Pingback: Discussões tolas ~
  18. sinceramente, eu não tenho do que reclamar do br office, que como se sabe é uma versão brasileira e melhorada do open office. a maior parte das funcionalidades que eu usava no office da microsoft tem no open source. a merda que eu achei até agora é que não tem muitos templates prontos de slide no impress (o equivalente do powerpoint), mas aí você pode baixar da internet ou colocar a criatividade pra funcionar.

  19. Leo,
    E se eu quiser um programa que não esteja listado lá, como eu faço? E ele instala inclusive os que não estão listados lá? Como, por exemplo, o driver do adaptador wi-fi do Marcos?

    Marcos,
    Sobre a correção: eu me referia ao fato de o Gnome e o KDE serem ambientes gráficos, e não o sistema operacional em si. Guardadas as devidas proporções e diferenças, algo como o Windows 3 sobre o DOS. O problema não é KDE que agora tá uma graça (embora eu possa lembrar que em 2001 ele estava bem à frente do Windows 2000): é o Linux e suas limitações.

    E quanto ao modelo diferente do Linux, é isso que me incomoda. O Linux tem mais desenvolvedores que a MS, não importa quantos bilhões ela tenha para investir. O modelo de desenvolvimento open source é bom, e funciona. Então por que diabos o Linux continua sendo, basicamente, um sistema operacional para geeks?

    Eu acho que apesar dos inúmeros progressos do Linux, ele ainda sobre por ser, originalmente, justamente isso: um projeto de geeks para geeks. Não havia a preocupação em fazer um sistema operacional para todos, em parte pelo desprezo típico que engenheiros têm de leigos ignorantes.

    Vejo e brinco eventualmente com Linux há dez anos. E posso falar sem sombra de dúvida que ele avançou pouco se comparado ao Windows. Em relação ao OSX, então, nem é bom falar: qualquer pessoa que tenha usado o MacOS antigo sabe que aquilo não prestava, apesar das juras de amor dos fanáticos pelo Mac.

    No fim das contas, acho que o comentário do Doni resume bem a minha posição.

    Rodrigo,
    Eu vou dar uma olhada no KMPlayer. A princípio achei muito parecido com o Winamp, mas vou procurar um computador pra instalar. 🙂

  20. “Leo,
    E se eu quiser um programa que não esteja listado lá, como eu faço?”

    Tem milhares de programas listados! Se nao estiver lá e pq nao foi aprovado para entrar nos sites oficiais do programa. Uso o ubuntu faz 2 anos e nunca precisei instalar programas de outra maneira.

  21. Concordo com a sua opinião. E acho que a preferência pelo Windows é porque é simples de usar. A maioria dos usuários sabe o básico e olha lá, ligar, acessar a Internet (mesmo que toscamente), digitar um texto simples no Word, e tem dificuldade para salvar qualquer coisa em arquivo, e não faz a menor idéia de como organizar seus arquivos, salva em qualquer canto. E o Windows permite que vc faça qualquer coisa de 2 ou 3 maneiras diferentes, além do que, é claro, qualquer “sobrinho” dá jeito nos problemas que aparece (meio que “o Fusca dos OS) 🙂
    E realmente, deve ser coisa de idade, já fui fuçador e, mesmo depois de formado na área de computação, hoje em dia dou preferência ao que se auto-instala, e não lembro mais a última vez que abri o gabinete prá fazer qquer coisa, bota essa gurizada prá trabalhar…E viva o Windows Explorer, uma das melhores invenções prá botar ordem na casa!!!

  22. 1-) Eu sempre digo que o Linux precisa de mais gente que poe a mão na massa, tipo Mark Shutlleworth, e menos gente chata como os Nicholas Negropontes da vida.

    2-) Acho que o Ballmer ainda vai f* a Microsoft de vez. Ele permitiu que uma geração inteira de gente de TI e jornalistas(Gente que decide sobre sistemas) crescesse ODIANDO a Microsoft e hoje as pessoas usam o Windows meio a contragosto.

    Se o povo do Linux e a Apple não fizessem produtos exclusivamente para nerds…

  23. Kenji, eu discordo completamente de você:

    1 – O Linux tem gente até demais colocando a mão na massa. O problema que vejo (para outras pessoas isso não é problema nenhum, e elas também terão razão) é que não há direção, um objetivo específico. Centralizar um pouco às vezes é bom.

    2 – Ballmer não ferrou a MS. Não foi ele quem permitiu que “uma geração inteira crescesse odiando a MS”. Esse ódio começou há umas 3 décadas, quando Bill Gates escreveu uma carta defendendo o óbvio: que programadores deveriam ser pagos por seu trabalho. Aumentou assustadoramente depois que a MS desenvolveu algumas das piores práticas monopolísticas da história. Engraçado que outras empresas, como a Apple, têm práticas até piores, mas a imagem da MS ficou, em grande parte por causa de sua importância no mercado. Hoje a bola da vez é o Google.

    3 – A Apple pode fazer tudo, menos produtos para nerds. Descontando a Xerox, foi ela quem introduziu o conceito de usabilidade e simplicidade no mercado de micro-computadores. O Windows não é muito mais que a aplicação dos conceitos inaugurados pela Apple ao IBM PC. Produtos como iPod e iPhone são a melhor prova de que a Apple tem uma capacidade absurda de criar produtos simples e bonitos. O problema da Apple sempre foi outro: um modelo extremamente fechado e um preço excessivamente alto.

  24. belo post.
    eu uso linux e gosto muito, mas não gosto dos freetards. pra mim é mais prático, eu não troco o terminal por nada, mas nem por isso eu fico tentando evangelizar as pessoas, eu acho isso um porre.
    O ubuntu, infelizmente, tem ficado pior a cada versão, pesado demais! Tanto que tá difícil de usar com um máquina razoavelmente boa.

  25. 1-) Não falo mão na massa apenas na programação, falo na área de suporte e aham, comercial.

    2-) Até o Windows 98 a Microsoft tinha uma imagem razoável entre programadores normais. Foi quando a MS teve a idéia de jerico de tomar o mercado do Netscape na força, tomando processo e perdendo dinheiro. E isso sem contar idéias sem muito sentido do ponto de vista comercial, como a de entrar no mercado de consoles de games(Que já tinha colocado a SNK na falência e deixado a Sega muito perto disso) e ainda o fiasco do Zune.

    E Ballmer deveria ter notado que com ou sem razão a molecada que xingava o Bill Gates em fóruns eram os futuros jornalistas e técnicos de sistemas e ter lançado uma campanha de RP então.

    3-) Eu tenho um Ipod touch. É um produto fantástico, mas a dura realidade é que ele é um produto para nerds. N-e-r-d-s. O Itunes é contraintuitivo(E ele não converte automaticamente vídeos para Mp4), sem acessórios de terceiros é preciso um computador para recarregar a bateria. Também não tem bateria extra, a não ser por meio de um produto obscuro de terceiros.

    Não tem navegação offline(O que pressupõe que quem use esteja sempre próximo de uma rede wifi). É produto para quem dorme com computador ligado e não fica por mais de umas seis horas longe do computador, já que o vídeo(que funciona muito bem) dura mais ou menos isso. Se é um sucesso é mais pelo fato do mundo atual ser mais nerdificado que pelo fato da Apple ter aprendido a fazer coisas simples.

  26. “É produto para quem dorme com computador ligado e não fica por mais de umas seis horas longe do computador, já que o vídeo(que funciona muito bem)”

    Ops, a bateria com vídeo ligado.

  27. Kenji,

    1 – Na área de suporte também tem. Aliás, é onde grande parte das empresas ganham dinheiro — e acho que esse é um dos motivos para tantas distros. Sem contar a infinidades de Linux Days e congressos de software livre que têm por aí. Mas sobre isso o Fred Silva pode falar com mais propriedade.

    2 – “Programadores normais” é uma contradição em termos, mas vamos lá. A MS nunca teve uma imagem boa entre programadores. Pela posição política “mercenária” de Gates e Allen, pelo fato de ter comprado o DOS, pelas práticas monopolistas que sempre adotou, possibilitadas pelo acordo com a IBM. O caso Netscape é apenas a cereja do bolo. (A Wired na época publicou um longuíssimo artigo sobre o processo de quebra de monopólio pelo DOJ e sobre a evolução da MS, vale a pena dar uma olhada.) E no fim das contas a MS perdeu dinheiro com o processo, mas garantiu o que precisava e continuou riquinha e dominando o mercado de sistemas operacionais. E de browsers também.

    As idéias que você citou fazem sentido, sim, do ponto de vista comercial — ou seja, libertação do modelo PC. Como faz sentido o Windows Mobile. Se a MS não foi competente para implementá-las, como a Apple foi ao criar o iTunes, o iPod e o iPhone, são outros quinhentos.

    E quanto ao Ballmer, você tem certeza de que uma campanha de RP iria ajudar em alguma coisa? Eu duvido muito (de novo a Wired: procura uma edição, acho que de 98, em que eles indicam 98 reazões pelas quais o reinado de Gates terminou, ou algo parecido). Na verdade, a melhor coisa que eles poderiam fazer dentro de suas limitações é o que estão fazendo com o Windows 7: abrir espaço e deixar que usuários façam a sintonia fina do seu sistema operacional.

    3 – E rapaz, eu não sei se você percebeu, mas tudo o que você reclama no iPod Touch é justamente falta de “nerdismo”. Pelo que pude ver (eu não tenho um iPod e estou conhecendo os detalhes dele a partir do que você escreveu), ele é feito justamente para quem não está preocupado com nada disso. E ainda que fosse, seria um produto apenas dentro de uma longa série, começando pelos Macintoshes de 30 anos atrás.

  28. O MacOsX (que é um sistema oporacional) não é caro demais, afinal, custa menos da metade de uma cópia do Windows.

    Mas o que talvez você tenha tentado dizer é que caro são os “equipamentos” da Apple. Mas há de se considerar que numa comparação com equipamentos semelhantes, com todos os dispositivos que compõem um Mac (bluetooth, placas wireless superiores, webcam mais potentes etc) o preço é praticamente o mesmo. O laptop concorrente do Macbook é o Sony Vaio. Mas o fato de um Mac ser construído de forma integrada (com cada peça sendo desenhada para trabalhar umas com as outras) você tem um equipamento muito mais robusto e funcional. Aos macusers é normal manter o computador ligado e trabalhando durante semanas sem perder desempenho. Além de serem sempre mais rápidos, em função da forma como o sistema operacional trabalha, além de não necessitar de programas anti-Virus que, como se dá no Windows, comem memória e deixam o sistema lento, ajudado pela arquitetura de arquivos .dat da Microsoft.

    Ainda assim, hoje já é possível ter um Mac rodando Windows (via bootcamp). Porém, a quem tem a oportunidade de usar o MacOsX acaba com a sensação de que é sempre um esforço usar o Windows.

    Você pode achar coisa babaca de nerds, mas não é. Se usarmos carros como comparação, é o mesmo que comprar pelo mesmo preço de um popular 1.0 sem direção hidráulica, um 1.8 com direção e ar-condicionado. Ok, é muito elitista? Então comparemos com ônibus: é o mesmo que pegar um ônibus inter-municipal, ao invés de pagar a mesma tarifa e ir em outro com o conforto de um ônibus leito.

  29. Esqueci de dizer que mesmo a quem prefere o Windows, os equipamentos da Apple são os melhores para rodá-los. Isso foi consagrado em testes no ano retrasado, quando a Apple passou a adotar os pentes Intel e tornou possível a instalação do Windows Vista em Macs. Se você procurar na internet verá que a PCWorld fez testes comparativos e concluiu que o melhor computador para rodar o Windows Vista é o Macbook.

    Abraço.

  30. Roberto,

    Eu falava do hardware, mas o MacOS também é caro demais. No caos do Windows, há uma série de servgice packs que são dados de graça. A maior parte dos novos lançamentos do MacOS não passam disso, e são cobrados integralente. No fim das contas, os preços fica semelhantes.

    Quanto ao preço ser basicamente o mesmo, não é verdade. E digo isso porque toda vez que vou comprar um computador novo eu rodo um bocado de sites testando as configurações. Eu tenho um HP; uma configuração bastante inferior no MacBook Pro é duas vezes mais cara. É o que chamam de “Apple Tax”.

    Mas concordo que de modo geral ele funciona melhor que o Windows, no geral. É também mais seguro. Não discuto as razões (tem gente que diz que como é menos usado, é menos visado por hackers).

    E eu costumo usar Macs com certa regularidade e não acho um esfoprço usar o Windows. Pelo contrário.

  31. 1-) Mas nunca houve o mesmo esforço entre o movimento de criar suporte de fato quanto de querer empurrar Linux do nada para as pessoas. O suporte para Linux é fraco.

    2-) Eu estudava num colégio técnico de Processamento de Dados enquanto tudo isso acontecia. Vi como uma empresa que mantinha um certo grau de simpatia se transformou em objeto de ódio. O que eu critico é que Ballmer não notou que aquela molecadinha era quem tomaria decisões no futuro.

    E a MS não só perdeu dinheiro com o processo, viu sua imagem ser arranhada somente, para huh, garantir a supremacia sobre um navegador distribuído gratuitamente e que em poucos anos viraria sinônimo de falhas de segurança e objeto de ódio entre webdesigners.

    3-) Funções simples no Touch/Iphone, como subir fotos, converter vídeos e colocar capas de álbuns são coisas relativamente complexas(Na verdade, a usabilidade do Itunes é terrível, e não se faz nada com um Ipod sem ele). Também critico o bichinho por não ter um carregador de bateria que não seja a entrada USB de um computador nem bateria extra, a não ser que você compre de fora. Também critico funções como mapas e navegação pela internet que não funcionam muito bem em offline.

    E bem, uma revista feminina colocou numa capa que a vantagem de se ter um namorado geek era o de ter um Ipod carregado. Go figure.

  32. Grande Rafael, o único assunto até hoje em que vi você patinar é o Linux. O que é bom, alto aproveitamento! Suas considerações são perfeitamente válidas, só que não se aplicam ao único exemplo Linux que você citou, vou explicar. 1) Se você tem uma distribuição linux, você sabe qual ela é — assim como você sabe que tem um PC e não um Mac — então, diante da variedade de distribuições linux, como isso se torna um complicador? O sujeito que entra ali acha o que quer. Por exemplo, se ele usa Ubuntu, ele encontrará ali um arquivo, vai baixá-lo e com um clique, UM CLIQUE, faz a instalação. No Windows você não instala nada com um clique, no mínimo ele pede o caminho da instalação. 2) Eu nem precisaria ter apresentado a primeira explicação, pois a segunda já é o bastante: se você quer instalar o VLC e vai na web buscá-lo é porque ainda está na mentalidade Windows, não aprendeu o elementar do Linux. Ali, se você precisa de um software comum, como o VLC, basta ir até o gerenciar de pacotes, digitar VLC e pedir pra instalar, simples assim. Não é preciso abrir o navegador e fazer uma busca (a menos que você deseje um software linux bem específico, ou queira atualizar algo). Pra você não dizer que estou mentindo, tirei dois shots de tela. Se ainda sim você me disser me disser no Windows é mais fácil, eu desisto :). Veja só: primeiro você abre o gerenciador de pacotes — onde você pode encontrar o software que você quiser, desde de port scanners a milhares de player de áudio e vídeo — depois você faz uma busca por VLC e pede pra instalar. O Linux não é o Windows, é verdade, se o parâmetro para avaliar um software bom for o Windows, bem, nesse caso o Linux faltamente fracassará, pois ele tem suas peculiaridades. Agora, se você quer facilidades, para um usuário que usa apenas o essencial, não tenha dúvida, seu Sistema Operacional é Linux — com Ubuntu ou outra distribuição, há muitas distribuições acessíveis para usuários comuns. O Linux você pode rodar em CD, sem ter um HD, e mesmo assim contar com excelente programa de tratamento de imagem (o Gimp) e com todo o suite OpenOffice. Há outras questões a colocar, depois escrevo uma resposta ao seu post, que é uma excelente oportunidade pra desfazer alguns mitos. Em todo caso, se tiver algum outro exemplo, manda que a gente desconstrói. Abraços

    PS. Se você quiser instalar via terminal, é ainda mais fácil — e olha que pra muita gente terminal é bicho papão — basta digitar isso aqui: sudo aptitude install vlc. Pronto! Seu software se instalará em 1 minuto. Mais fácil que isso só empurrar bêbado em ladeira.

  33. Opa! Senti um calafrio quando vc falou do ThuntherBird, pq comecei a usá-lo por ler um post seu… Puro saudosismo.

  34. Bom, hj sou PF, mas fui Analista de Sistemas e Programador durante a maior parte da minha vida e tenho uma vivência de mais de 16 anos em tecnologia, acho que posso opinar. Além do fato de ter trabalhado com Linux e Windows em “n” versões, distribuições etc.

    Tecnicamente, o Linux é realmente superior em vários aspectos. Falo isso em relação a conceitos teóricos de SO como gerenciamento de memória, de processos, sistema de arquivos e coisa e tal. Porém, usabilidade tem que ser levada em conta e nesse quesito o MacOS é muito superior e o Windows levemente superior ao Linux.

    Acho, e falo com experiência, que devemos usar cada SO para um uso específico. Ou seja, naquilo que ele é melhor. Por exemplo, em meu antigo emprego nossa equipe instalou e deu suporte a um sistema de aproximadamente R$ 2,5 milhão. Fiquei responsável em especificar as arquiteturas para a implantação do sistema. Minha opinião é balizada nessa e em muitas outras experiências e digo sem medo de errar: Se vc quiser um WebServer, nada barra o Linux. Nada. Como router e proxy ele tb não conhece competidores.É muito estável como servidor de arquivos e estupendo em um sistema de banco de dados e cluster.

    Mas, para a ponta do sistema. Para o usuário-final, aquele para o qual o sistema foi projetado, mesmo com todos os bugs, falhas, ataques e problemas de segurança, o Windows é absolutamente imbatível (e olha que o sistema usava java Swing). A curva de aprendizado para o usuário do sistema é espantosamente menor com o Windows. Não obstante seus defeitos técnicos.

    O que torna difícil a discussão é a falta de senso crítico quando falamos daquilo que nos é caro. Defendemos como se aquilo fosse uma religião ou nosso time de coração. Todos os SO’s têm defeitos. É fácil percebe-los, mas extremamente difícil reconhecê-los. O melhor para cada um é aquele que atende as suas necessidades e aquele em que se é mais produtivo. Ponto.

    É claro que posso montar um Webserver no Windows. Vai ficar mais complicado manter depois, mas, posso. É claro que posso usar o Linux como Desktop, mas vou ter que me acostumar com suas particularidades e idiosincrasias. Não podemos nos cegar quanto ao óbvio nem sermos engolidos por um marketing ferino. (Aliás, quase fui engolido nesse marketing com o Iphone 3G. Felizmente acordei e me deparei com os defeitos horrendos que o aparelho tem – para mim, não passa de um lixo! Bonito, mas um lixo!).

    A propósito. No sistema em questão montamos os servidores assim: Um Webserver/contêiner em Linux. Um Linux com o BD. Windows como Aplication Server e estações com Windows.

    Abs.

  35. Sobre o Linux só posso dizer que estou usando e atualizando o Ubuntu Linux desde a primeira versão e, depois de experimentar quase todas as distros, estou ficando com ele. Como usuário doméstico normal de PC não tenho qualquer desculpa para não usar o Ubuntu Linux: tudo que fazia antes com o Windows agora faço igual ou melhor com ele, ou seja: editar textos no Abiword ou no OpenOffice, navegar na Internet, ouvir músicas com o VLC, assistir filmes em DVD, editar fotos com o GIMP e receber mensagens com o Pidgin. Mas então me dou conta de que estou falando de barriga cheia, porque tenho a sorte de ter uma placa Nvidia com aceleração 3D, 2GB de memória DDR-2 e um processador Dual Core em uma placa-mãe ASUS P5VD2-X, além de uma conexão banda-larga para baixar o Ubuntu e atualizar os pacotes, o que não acontecce com a maioria que compra PC barato e não tem renda para contratar um provedor de banda-larga. Não encontrei ainda um Linux acessível, fácil de usar e otimizado o bastante para computadores mais populares, e fico mesmo sem moral pra recomendar esse Sistema aos meus amigos menos afortunados. O Windows XP pirata ainda é uma opção acessível e viável para a maioria deles. Entretanto muitas instituições públicas e privadas estão adotando o Linux e o OpenOffice para fugir do custo das licenças de software proprietário. Nesse caso, a persistir essa tendência, quem não souber como lidar com software livre pode até correr o risco de perder oportunidades de trabalho no futuro. Não é preciso ser Nostradamus para se dar conta: basta visitar sites softwarelivre.gov.br, ou atentar para o crescimente, em prefeituras, tribunais e governos estaduais, do uso desse tipo de software.

  36. Linux só será usado em massa quando as desenvolvedoras das distribuições se unirem em uma unica empresa com uma unica partição e focarem em ‘Usabilidade’ para o usuário final.

    Posibilidade: Se a RedHat, Fedora e Ubunto se unissem e focarem em usabilidade em um unico SO livre tudo melhoraria.

    Mas parece que o Google terá que entregar nesse meio para balançar o mercado. Quando a Microsoft começar a cultucar o Google nas buscas, o Google vai começar a cutucar a Microsoft em seus “pontos fortes” (leia-se Windows).

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