Comemorando o Dia Internacional da Mulher

Segunda-feira, 8 de março, e eu passo por um ato público em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.

O orador está reivindicando que a Delegacia da Mulher fique aberta 24 horas por dia, principalmente nos finais de semana, porque é nesses dias que acontece o maior número de agressões.

Me parece lógico. Esses crimes acontecem porque é à noite e nos finais de semana que o sujeito se vira para o lado e vê o entulho com que se casou. A revolta então transborda, e ele desconta sua frustração descendo a porrada nas pobres criaturas. Nos finais de semana a raiva é provavelmente agravada pelo enjôo sistemático da mulher no seu pé do ouvido. “Faça isso, faça aquilo, tá faltando dinheiro pro pão, os meninos precisam disso, bem que a mamãe me avisou”. Eu apóio a revindicação.

Quando passamos pelo ato, a mulher que está comigo pergunta em voz baixa:

— Por que aqui só tem baranga?

E mais uma vez a resposta me parece óbvia. É justamente isso que faz da agressão à mulher — quando é agressão, bem entendido, e não reação — um ato covarde e injustificável: ninguém é maluco de bater em mulher bonita, porque senão ela vai embora.

Renato Fechine

A Bahia tem seu cronista. O nome dele é Renato Fechine.

Se você não mora na Bahia pode até não saber quem é. Mas provavelmente já ouviu algo dele: é autor de boa parte das músicas que tomaram o Brasil de assalto em bandas como É O Tchan e outras.

“Conheço” Renatinho desde os anos 80, quando ele ainda não tinha descoberto o filão baiano. Ouvi um de seus primeiros compactos, se não o primeiro. Grande guitarrista, sua música ecoava aquela coisa “pop zen de Arembepe”, lembrava um pouco A Cor do Som.

Mas acho que ele chegou à conclusão, provavelmente, de que axé music dá mais dinheiro. É um dos maiores compositores baianos hoje em dia. Dizem que ficou rico com o axé.

Mas não é pelo axé que Renato Fechine se tornou o cronista baiano. A partir do meio da década de 90, numa espécie de folga de seu trabalho de compositor, Renatinho lançou alguns discos de humor hilários.

Essa é a letra de “Adriano”:

Há coisas na vida da gente que a gente sofre só in ni lembrar. Aonde você estiver, em que estrela você se encontrar, estarei sempre com você, meu filho.

Hoje faria dois ano
O nosso filho que ela abortou
Que ia se chamar Adriano
Ni homenagem ao seu avô

Ela agiu com incoerença
Só pensando em preservar o seu corpo
E vejam a loucura que fez
Tomou Cecitroterm
E fez um aborto

Adriano, aqui quem fala é papai, filhão
Se passaram dois ano, não mudei os meus prano,
Nem te esqueço jamais

Tava nascendo os dedinho
Abrindo os olhinho
Chutando a barriguinha da mãe
Por culpa daquela assassina
Eu não tenho certeza se era menino ou menina

A vida nos reserva surpresa
Quando eu lhe vi eu quase desmalho
Lhe vi, logo lhe reconheci
Numa feira de ciências, num tubo de ensaio

Adriano, aqui quem fala é papai, mô filho
Se passaram dois ano, não me esqueço os meus prano,
Nem te esqueço jamais, filhão

Ói, Didi, painho tá aqui, meu filho… Eu fico só se lembrando… Tudo podia ser diferente… Nós dois, no ensaio do Ara…

Na “Radionovela” Renatinho dramatiza uma briga doméstica, típica da Bahia. É brilhante. Pela forma como capturou o sotaque das classes baixas, pela acuidade em descrever a raiva surda que parece existir em cada baiano, terra onde mulheres batem e apanham com a mesma violência. E em “Bebe Negão” ele toca no ponto da alma baiana que não está nas músicas de Caymmi:

Bebe, Negão

É isso aí, meu bom, acorda pra tomar gagau. Lasca! Hoje num tem cococó nem dança de rato. Ô mulé! Tô comendo água, viu? Hum, tô não… Por quê? Hehe. Ô, meu Deus…

Hoje eu acordei pra beber (bebe, negão)
Hoje eu acordei pra biritar, ô mô Deus… (birita, negão)
Hoje eu acordei pra comer água (come, negão)
Hoje eu acordei pra mamar, ô meu bem. Lasca! (mama, negão)

Eu vou beber pra esquecer meus pobrema (bebe, negão)
Eu vou beber pra esquecer minhas dívida (bebe, negão)
Eu vou beber pra esquecer minhas angústria (bebe, negão)
Eu vou beber que eu quero alegria, ô meu Deus (bebe, negão)

Elva-doce, Milone, Pitu e Rainha (bebe, negão)
51 e Caninha da Roça (bebe, negão)
Natunobre, Campari, celveja e vodca (bebe, negão)
Que é pra acalmar o meu coração sofredor (bebe, negão)

Eu vou beber pra esquecer meus pobrema (bebe, negão)
Eu vou beber pra esquecer minhas angústria (bebe, negão)
Eu vou beber pra esquecer minhas dívida (bebe, negão)
Esquecer o Serasa e o SPC, meu bem (bebe, negão)

Esse solo vai pro gerente do meu banco. Bote pra lenhar em cima dele, vá. Pule com os dois pé, com os dois pé. Vá, miserável, volta os meu cheque, miséra! Amanhã de manhã acordo cedinho, ói… (só um Sonrisal pra rebater) Mocotozinho com fato… (só um Sonrisal pra rebater) Carinhozinho de umas e outra… (Só um Sonrisal pra rebater) Ô mulé! Vem cuidar do seu marido, miséra! (Bebe, negão)

Eu vou beber pra esquecer meus pobrema (bebe, negão)
Eu vou beber pra esquecer minhas dívida (bebe, negão)
Eu vou beber pra esquecer meus comprexo (bebe, negão)
A crise monetária internacional (bebe, negão)
E pra concruir a batida da lage (bebe, negão)
Esquecer os marmanjo que querem azarar minha mulé (eu pico-lhe a zorra, pico não…) (bebe, negão)
Pra que minha vizinha me tenha respeito, mô Deus (ô mulé ruim)

Renatinho faz também a crônica da legendária safadeza baiana, do hedonismo que encontrou sua casa na cidade de São Salvador da Bahia de Todos os Santos.

Aparecida

Ói, deixe de confusão que eu não quero meu nome ni Abaeté. Aparecida, meu amor, eu não entendo por que tanta revolta. Você não sabe que eu sou seu e você é de painho? Meu amor… Miseravona…Cê sabe que na hora do vamo ver nóis se entende…

Aparecida
Tu sois melhor de que Neide
Edileuza e Corrinha
Tu sois melhor de que Creide

Neide é menor de idade
E ainda depende dos pais
Sou doido pra azarar ela
Mas vai me criar pobrema demais
Seu sonho é ser eriomoça
Ou trabalhar in ni televisão
Ela quer ser atriz de novela
E além de amarela
Ela não curte negão

Aí eu tô sem chance, Aparecida. Ói, deixa de negócio de chibiatagem… Agarre na minha cintura e deixe o resto comigo. Tô comendo água, bora! Qualé mané Edileuza, rapaz?

Edileuza engraçou-se com um gringo
Que conheceu lá no Candeal
E ni dezembro ela vai pras Oropa
Mas volta perto do carnaval
Sonhava em ser manequinha
Ni ser modela profissional
E hoje é triste a sua labuta
Virou prostituta
Externacional

Cê tá vendo, Aparecida meu amor, que num tem vantagem pra você, meu amor? Venha cá… Deita aqui no colo de painho… Relaxa e tira os brinco…

Aparecida
Tu sois melhor de que Neide
Edileuza e Corrinha
Tu sois melhor do que Creide

Corrinha só fede a cigarro
E é alviciada em mausconha
Não pode ver um macho num carro
Eita muié sem vergonha
Só veve embrenhada nos morro
Eu acho até que é traficante
Já foi uma gata retada
Hoje tá derrubada
E não tem quem levante

Aparecida
Tu sois melhor de que Neide
Edileuza e Corrinha
Tu sois melhor de que Creide

Creide dançava pagode
A vida dela era quebrar
Depois que estourou uma varize
Ela teve que se aposentar
Deixou muito marmanjo barbado
Com aqueles seus olhinho azui
Ela fazia a alegria da gente
Mas hoje ela é crente
E só serve a Jesus

Ói, Aparecida, deixe de chibiatagem, mulé! Fique na sua, que assim que sair meu emprego na Petrobras a gente casa. Casa não… Morar com sua mãe: eu, você e ela. Alô, dona Creonice!

Renatinho conseguiu capturar o espírito da Bahia. Não o folclórico que, hoje em dia, existe apenas como uma parte dos livros de Jorge Amado e nas músicas de Dorival Caymmi. Mas o verdadeiro e atual, aquele espírito das ruas, dos desempregados que se amontoam no Cabula, nos malandros que circulam pela Saúde, de todos os que não conseguiram enfrentar a vida dura da cidade. Com deboche, com ironia, às vezes quase como uma caricatura, Renato Fechine conseguiu capturar o espírito da Bahia moderna, a Bahia de ACM. Uma cidade que sempre foi dura, difícil, mas que seus habitantes, mistura de inimigos e amantes, enfrentam com resignação e alegria festeira.

Quer um conselho? Abra o seu iMesh, Kazaa ou seja lá o programa que você usa, e procure pelas músicas de Renato Fechine. Você não vai encontrar o CD dele fora da Bahia. Mesmo que não goste da Bahia, ou do espírito baiano, você vai rir até dizer chega.

Comentário para Mariza Correa Mendes

E nos comentários a um post de agosto, apareceu este gentil pedido:

eu quero um comentario completo do romance negro de rubem fonseca.
MAIZA CORREA MENDES | Email | 10.03.04 – 8:55 pm | #

Assim mesmo, sequinho, sem sequer um “por favor”. Maiza deve ter confundido este blog com um desses sites que fornecem trabalhos escolares prontos. Pior, achou que eles fazem isso de graça.

Mas isso deve ser ingenuidade de adolescente. Por isso resolvi atender ao pedido — ou ordem — da menina, e colocar aqui o meu comentário sobre “Romance Negro”.

Romance Negro e a crítica da Abolição

Lançado em 1978, “Romance Negro” foi um divisor de águas na carreira de Rubem Fonseca.

Seu último livro de contos, “Feliz Ano Novo”, tinha sido censurado e retirado das livrarias pela ditadura militar. Talvez por isso, em “Romance Negro” Fonseca saiu de sua temática costumeira, eminentemente urbana, e escreveu um romance histórico que se passava durante o período imperial, focado especificamente na luta pela abolição.

Fonseca, escritor marxista e ativo militante comunista — por isso seu último livro tinha sido censurado — abordou o tema a partir de um personagem central: um velho negro chamado Tomás, escravo na fazenda do Barão de Araruna.

O enredo do livro é simples: em 1859, Tomás recebe um embrulho em sua casa. É uma menina branca, abandonada por seu pai. A carta que acompanha o embrulho diz que ela é filha de uma escrava. O Pai Tomás cria a menina, que ao chegar à adolescência é assediada por um dono de engenho pernambucano chamado Leôncio. Enquanto isso Helena, a filha do Barão de Araruna, grande dono de escravos na região do Vale do Paraíba, começa suas atividades abolicionistas clandestinas, financiando um grupo que invade fazendas e auxilia escravos a fugir. Com a abolição tudo muda. A filha do barão, arruinada, acaba vendendo quitutes nas ruas do Rio de Janeiro, depois de seduzida e abandonada por um membro da aristocracia paulista, enquanto a menina criada pelo Pai Tomás, Malvina, enriquece fornecendo mulatas a homens brancos. O final do livro traz grandes revelações, sendo as principais delas a descoberta de que Malvina é filha do Barão, e a de que o aristocrata que seduziu Helena é na verdade seu irmão bastardo.

Há uma série de personagens secundários, porém importantes. Há o carroceiro e dublê de filósofo Rubião, mulato livre que se torna o grande amigo de Malvina, e Cecília, índia cujos presságios antecipam a sina dos protagonistas.

“Romance Negro” trata principalmente do relacionamento entre brancos e negros às vésperas da Abolição. Estabelece um confronto entre a postura adotada pelo Pai Tomás, de convivência pacífica e servil com o senhor branco, embora cheia de subterfúgios, e a atitude libertária da sinhazinha Helena. É uma abordagem que se desvia do comum, que associa a resistência aos negros e a opressão aos brancos.

Fiel à sua concepção de mundo, fortemente influenciada pela concepção antropológica de Darcy Ribeiro, Fonseca mistura essas posições, como uma alegoria de uma sociedade brasileira fluida. Atribuindo a resistência negra aos brancos e retratando negros como pobres resignados aos status quo, Rubem Fonseca pretende provocar um debate na sociedade brasileira acerca de suas origens, posições e perspectivas.

Há um elemento de metalinguagem em tudo isso, com referências claras a “A Escrava Isaura”, cuja adaptação acabava de fazer grande sucesso na TV. Há referências também a um grande sucesso do vaudeville brasileiro da época, o show de mulatas de Sargentelli. Com isso, e apropriando-se da linguagem da Tropicália, Fonseca criou uma das últimas obras-primas da literatura brasileira do século XX.

Ainda não me decidi se mando por e-mail ou deixo aqui até a Maiza vir buscar. Bondade tem limites.

Num domingo qualquer

Gloriosamente, um domingo sem nada para fazer.

E então decido fazer algo inusitado: vou no Quizilla e faço todos os testes interessantes que há por lá.

O resultado é, para dizer o mínimo, tétrico:

What’s the use of getting sober

Alcohoroscopes – what do the stars say about your drinking style
Pisces Drinking style:
If you’re a Pisces, you’ve probably already heard that you share a sign — and an addictive personality — with Liz Taylor, Liza Minelli and Kurt Cobain. Not only do Pisces like to lose themselves in the dreamy, out-there feeling that only hooch can give, but they build up a mighty tolerance fast. Who needs an expensive date like that? On the other hand, they’re fabulously enchanting partners, whether in conversation or in crime. With the right Pisces, you can start out sharing a pitcher of margaritas and wind up in bed together for days. The phrase “addictive personality” can be read two ways, you know.

Eu acredito em astrologia, em Papai Noel e no Waldomiro.

Mas vou começar a derrubar garrafas de genebra, só pra fazer a segunda parte disso se tornar verdade.

Forjado a ferro e fogo

Which of the 5 Chinese Elements are you?
Metal
You are the chinese element of Metal. People who are under the element of Metal are organized, discriminating and tidy. Metal, you are a trigger, and also very controlling and hate being wrong. The color of metal is white and your symbol is the tiger. Autumn is the season in which metal shines, and it’s months are July/August. Your weather condition is clear. Metal is the direction of west, and your day is Friday, while your planet is Venus. Animals under your element are usually furred. People under you are Tibetan. Your sense is smell, your taste is acrid/spicy, your sound is lamenting and your virtue is righteousness. Your organ are the lungs. You were created by Earth and control Wood.

Eu gosto é de chuva. Mas como gostei do ideograma, vou fingir que isso aí é verdade.

O Ringo Starr? Não, foi Paul McCartney no correio

Which Beatle are you?
John Lennon
JOHN LENNON. You rock, man. You’re my personal fave, so congrats to ya! You were the other lead singer and play guitar and hermonica. You like parties, profanity, weed, cats, Oriental women, peace, and English tea. You are dead, which is a pretty big bummer, but everyone still loves you and plays your song

Massa. Mas meu beatle preferido é Paul McCartney.

Em busca de uma alma caridosa

Are you ready to have a boyfriend/girlfriend?
READY FOR LOVE: You’re sensitive but no pushover, active but not manic. In short, you’re a great girl/guy who’s ready for a relationship. If you’re not already involved with someone, it’s only because you want a guy/girl who’s worthy of your love—you just haven’t met him/her yet. That’s cool. You’ve got plenty of otherinterests to keep you busy. When you do meet ”Mr. Great/Miss. Great,” chances are you won’t abandon all the other important stuff in your life for romance. In fact, your independance and spirit will be part of what attracts him/her—and keeps him/her. Would YOUPLEASE rate my quiz? YOU surely don’t have to, but i’d apreciate it more than YOU could imagine if YOU would! Thanks! Peace out yo’!

Olha só, eu sou legal. Favor avisar a Zeta-Jones, a Nicole Kidman e a Isabel Fillardis.

O meu grau de maluquez

Where do you belong?
You belong to the world of knowledge-seekers
You belong somewhere out in the world, exploring and learning and spreading the knowledge that you find. When you love, that love will join you in your quest and believe as you do in a world of spiritual energy that is stronger than anything humanity could normally even conceive, although you may be able to. Council those you encounter, give them your wisdom, and stay true to yourself.

Isso é de comer?

Matar ou correr

How would you murder?
shoot
Don’t get blood splatters on you when you shoot your victim. Your methods are a bit uncouth but your finesse and sense of style is impeccable. With a bit of guidance you could live among us in the world of vampires.

Ahn… Isso quer dizer que eu sou, tipo assim, meio… meio mau? Não gostei.

Esquisito, eu?

What kind of dark person are you?
DarkMagic
Dark magician. You love the dark because of it’s beauty and just the life that no-one else sees. Mysterious, calm, quiet… But that doesn’t mean you’re not friendly!

Nossa, até como esquisito eu sou legal. Só não sou cool porque no cool dói.

Onde as coisas começam a desandar

What force is your soul?
Water
You are guided by water. You are generally calm and peaceful, but you can be very destructive without even realizing it.

Poxa, eu já estava achando que era legal, um sujeito maneiro. Aí lá vem esse sacana esculhambar comigo. Destrutivo é a mãe.

Além de dinheiro…

What Do You Truly Desire?
DesireNoneCrazy
Nothing. You truly desire nothing. You’re just empty and creepy. Leave now.

Tá vendo? Lá vem a esculhambação. Eu vou fazer esses testes na maior boa vontade e o que recebo em troca? Agressão gratuita.

E as coisas voltam ao eixo

What Type of Soul Do You Have ?
Artistic
You are naturally born with a gift, whether it be poetry, writing or song. You love beauty and creativity, and usually are highly intelligent. Others view you as mysterious and dreamy, yet also bold since you hold firm in your beliefs.

Cruzes. Esse sou eu? Eu voltei a ser legal, o amigão da casa do lado? Os testes estão começando a ficar interessantes de novo.

Ah, se a Arósio visse isso…

The Ultimate Personality Test
HASH(0x895b1ac)
Seer

Desculpe, mas eu tenho miopia e astigmatismo. Eu não é vejo nada.

Ainda bem que não falamos de sacanagem

What sign of affection are you?
cuddle and a kiss
Cuddle and a kiss on the forehead – you like to be close to your special someone and feel warm, comfortable, and needed.

Se alguém disser que não sou isso eu quebro de porrada. Juro.

Ih, falamos

What’s your sexual appeal?
pervert
Pervert

Foi engano. Esse não sou eu. Mas, olha, essas duas orelhudinhas dos peitão aí são interessantes…

Só porque porque não são lindos como eu

Which personality disorder do you have
HASH(0x8936788)
Narcissistic

Isso se eu morrer, né, mané?

Bem aventurados os tolos, porque deles será o reino dos Céus

Which book of the Bible are you?
You are Proverbs
You are Proverbs.

A Igreja Rafaélica de Todos os Tostões agradece a preferência. Mas eu preferia, sinceramente, ser o Cântico dos Cânticos.

O fim do sonho

What emotion dominates you?
undecided
Why are you taking this quiz you obviously don’t have feelings?! I am just kidding, you just are either a) a really horny person, or b) you just a little bit of everything. So to B good for you, and A have a chat with someone who got anger..he…he.

Ô vida. Grande escolha eu tenho agora: ser um seco de carteirinha, daqueles que não conseguem se controlar quando vêm uma nesga de bunda, por mais crateras de celulite que tenham, ou simplesmente ser indeciso. Não sei o que faço. E que negócio é esses de dizer que não tenho sentimentos? Eu tenho, sim. E no momento, sinto profunda vontade de enforcar o sujeito que escreveu isso.

Sono

Which of the Greek Gods are you?
Morpheus
Morpheus

Podia ser pior. Eu podia ser Hefaístos.

O primeiro mártir da Brigada Humphrey Bogart

A Brigada Humphrey Bogart, destacamento revolucionário que luta pela liberdade individual de desenvolver um enfisema, tem o seu primeiro mártir.

Um canadense de 73 anos foi condenado a 1 ano e 8 meses de prisão, a serem cumpridos em uma prisão estadual onde é proibido fumar. Em vez disso, ele preferiu pegar 2 anos para ser enviado a uma penitenciária federal, onde poderá fumar seu maço diário.

É mais um exemplo de martírio e de perseguição. Tecnicamente, Angelo Foti está cumprindo 4 meses de prisão pelo crime de fumar.

Que esse grande homem não se preocupe. Sua memória será honrada pelos tempos que virão. Ao acendermos nossos cigarros, nossos charutos e nossos cachimbos, vamos reverenciar a memória deste grande homem, o primeiro mártir em um mundo restritivo e cerceador da liberdade.

O estranho caso do alemão tarado

Há, definitivamente, poucas pessoas que eu gostaria de conhecer no mundo.

Mas provavelmente gostaria de conhecer este alemão.

Por inclemência do sistema legal teutônico, que não entende as carências básicas do seres humanos, o desempregado perdeu uma ação em que pedia ao Estado que lhe fornecesse livre acesso a pornografia e entrada grátis em bordéis. A alegação: sua mulher está na Tailândia e ele tem, digamos, necessidades.

O Estado alega que o serviço social não tem a obrigação de satisfazer os apetites sexuais desse sujeito.

Mundo injusto, este, em que uns comem a Giselle Bündchen e outros não podem sequer ir ao puteiro da esquina.

A balela do diploma dos jornalistas

Quando escrevia em jornal, aí pelos 17 anos, eu obviamente não era formado. Só escrevia porque qualquer cão sem dono pode escrever uma coluna. E diagramar (au, au, Tata). E fotografar. Se eu fazia outras coisas não documentadas é porque aquele pesssoal era contraventor. Não era culpa minha. Os safados eram eles.

Na época, eu era absolutamente contrário à exigência do diploma. Não era a posição do sindicato, claro, nem da maioria dos jornalistas. O único jornal que se pronunciava abertamente contra isso era a Folha de S. Paulo, que inclusive comprou briga ao empregar jornalistas que não eram formados (um deles era o Alon Feuerwerker, acho).

Ultimamente o assunto voltou à tona. Essa é a posição do procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, que encontrei no Just Think:

Ao declarar uma notícia, se mal formulada ou equivocada, o jornalista pode gerar grave comoção social ou danos de severa monta. Não estamos diante de uma atividade vulgar, que prescinde de conhecimentos técnicos. Banalizar a questionada profissão a ponto de considerar que não merece regulamentação específica é desmerecer a realidade comum dos fatos.

Certo.

Afinal, quem ele pretende enganar? Os argumentos são falhos.

Para começar, essa exigência é um absurdo que só existe no Brasil e em uns poucos países de pouca relevância, empurrada em 1967 (se não me engano) como medida de controle dos jornalistas por parte da ditadura. No resto do mundo, pessoas formadas em história ou em outras áreas podem ser jornalistas. Pessoalmente, acho que é mais importante para um repórter conhecer história, e poder analisar os fatos que conta, do que saber detalhes de diagramação. (E é mais importante para um diagramador ter noções artísticas e gráficas sólidas do que saber como se escreve um texto à la Folha de S. Paulo.)

A linha de argumento de Fonteles tenta se respaldar no aspecto social do diploma. Que não é um prêmio ao estudante, e sim uma defesa da sociedade. Diplomas servem para que saibamos que determinado profissional aprendeu o mínimo necessário e não vai nos ferrar. Ou seja, que um médico não vai fazer uma incisão no peito para operar uma apendicite, ou que a casa contruída pelo engenheiro não vai desabar. (A realidade é um pouco diferente, mas aí já são outros quinhentos.)

Acontece que aplicar esse princípio a jornalistas implica atribuir-lhes uma autonomia que não têm e nunca vão ter. A autonomia é do dono do jornal (Assis Chateaubriand a um funcionário: “O senhor quer ter opinião? Monte o seu jornal.”), e depois, em muito menor grau, do editor (cuja posição política é sempre a do dono, ou então ele perde o emprego). Curiosamente, eu não preciso de diploma para montar um jornal. Preciso é de dinheiro.

Finalmente, egressos da “academia” podem cometer o mesmo tipo de bobagem que um jornalista não-formado. Aliás, é lógico supor que ultimamente só formados cometem cagadas. Procure, por exemplo, os diplomas dos responsáveis pelo escândalo da Escola Base, de uns 10 ou 15 anos atrás. Você vai encontrar. Ou — no que considero um mal pior à sociedade — os diplomas dos sacanas que ficam nos empanturrando com notícias sobre a Luma e seu bombeiro cafajeste.

E quer dizer então que profissões que não exigem diploma são “banais”, hein? Suprema humilhação: publicidade não exige. Não vamos mais conseguir dormir à noite depois dessa constatação: somos banais. Nem o consolo de sabermos que elegemos presidentes nos restituirá o sono. Duda Mendonça não é formado em publicidade. Aliás, não é formado em nada. É banal. Pobre Duda.

Há 15 anos, quando o assunto me interessava, eu sempre discutia esse assunto com uma amiga jornalista e sindicalista. Entre outras coisas, ela dizia que a exigência do diploma era uma arma da “categoria” para garantir melhores salários. Outro argumento bobo: não consta que o piso salarial de jornalistas seja exatamente alto. Salários de publicitários banais, por outro lado, são. E não é preciso diploma para o exercício da profissão: basta ter talento. Banal, mas talento.

Segundo a ótica dos sindicalistas, o diploma funcionava como uma espécie de reserva de mercado. Mas hoje em dia, nem isso: as faculdades de jornalismo despejam no mercado, a cada ano, mais gente do que há empregada em redações. É natural que as únicas pessoas que procurem uma redação, hoje, sejam jovens que estão saindo aos montes das faculdades de jornalismo. Não foi a exigência de diploma que levou a isso, foram as leis de mercado. A defesa que o diploma oferecia acabou, porque hoje há mais recém-formados querendo uma vaga do que desocupados querendo uma boquinha há 40 anos.

Acho, inclusive, que a lei prejudicou o jornalismo durante muitos anos. Se antigamente gente com talento e com formação sólida em outras áreas podia acabar indo parar nas redações, melhorando o nível geral de conhecimento, a lei eliminou essa possibilidade. A escolha, hoje, tem que ser feita cedo demais. E a verdade é que muita gente com vocação para jornalista não tem o talento necessário, como em qualquer outra área. Agora isso diminuiu, mas durante muitos anos o nível caiu assustadoramente, e essas restrições foram um dos motivos.

Manter essa lei é um absurdo anacrônico e, hoje, inútil. Mas o Fonteles, que precisa desesperadamente das boas graças da imprensa, continua insistindo. Fazer o quê?

O povo quer saber

Enunciado: um grupo de traficantes invade o Pavão-Pavãozinho e o pau come na guerra de quadrilhas. Morre um faxineiro. A população da “comunidade”, revoltada, desce para o asfalto e depreda restaurantes, supermercados e lojas que cometeram a imprudência de continuar abertos.

Pergunta: o que esses estabelecimentos têm a ver com a confusão, pelo amor de Deus?

De como Stálin pode salvar a culinária sergipana

Aracaju é famosa pelos seus caranguejos. Há alguns anos, eram devorados meio milhão desses bichos a cada final de semana na cidade.

Ultimamente, no entanto, eles andam rareando. As razão são principalmente duas: a caça predatória — nesse ritmo é quase óbvio que tinham que acabar, mesmo — e a expansão imobiliária, que vem destruindo os manguezais do Estado. Atualmente, os caranguejos que se come aqui vêm da Bahia. É um duro golpe para a auto-estima sergipana, que já não é das maiores.

Embora eu não entenda como as pessoas possam gostar daquele ritual de quebrar caranguejos, a verdade é que Aracaju sem eles perde praticamente toda a sua culinária e sua vida noturna. Sobra apenas a mandioca.

Mas o velho e bom Iossif, o papaizinho cotó dos povos, pode dar a solução. Nos anos 1930 Stálin levou caranguejos gigantes do Pacífico para a Europa. Esses caranguejos chegam a pesar 12 quilos, e atualmente estão avançando implacavelmente pela costa da Noruega em direção à Europa continental. Dizem que têm gosto de lagosta.

Há duas soluções. Importem os caranguejos gigantes; num instante os sergipanos acabam com eles. Ou então mudem Aracaju para a Noruega.