Sobre os comentários a Dilma

Os comentaristas do post anterior têm, todos, um mérito: as críticas a Dilma Rousseff são basicamente as mesmas que seriam feitas a um Mercadante. De modo geral são críticas ideológicas, e não sexistas. É um bom começo.

Isso não quer dizer que sejam todos merecedores de muita atenção. O comentário do Rogério beira o ridículo: “é também patético vcs agora quererem impor a candidatura de dilma goela abaixo da população brasileira”. Até ontem, pelo menos, este era um país livre. Qualquer pessoa que queira ser candidata a presidente pode ser. Isso não é empurrar nada goela abaixo de ninguém; é simplesmente fazer uso de um direito. Quem não gosta da Dilma, do Serra, do Aécio ou do Maluf, faça o seguinte: não vote. Confundir um direito individual e de um partido com imposição é uma das maiores bobagens que já li. Mas gente como o Rogério não tem lá muito apreço à democracia nem consegue apreender corretamente o seu significado.

A hipótese levantada pelo Navegador, na minha opinião, é um equívoco. Achar que dar de mão beijada o governo ao PSDB/DEM significaria uma volta mais fácil de Lula em 2014 é bobagem. Porque isso simplesmente não existe. Nunca. Em lugar nenhum do mundo. Não se entrega o poder a um adversário. Curiosamente, é o mesmo argumento que eu vi dirigido a Fernando Henrique Cardoso em 2002. Não era verdade, e Serra perdeu por seus deméritos (e pelos de Fernando Henrique). Mas se fosse, bastaria olhar para o governo Lula para ver que FH teria feito uma grande bobagem.

Não é por outra razão que Serra está unificando o PSDB paulista, comprando Alckmin com a promessa do governo de São Paulo em 2010 e isolando cada vez mais Aécio Neves. Não importa o que se diz hoje: Aécio não vai marchar ao lado do PT em 2010, aconteça o que acontecer. Porque ele sabe que essas coisas não existem.

O João Neto, meu troll de estimação, falou em “queima de amigos” por Lula. É um pensamento meio torto e, na minha opinião, meio ingênuo. Primeiro, por julgar que política (ainda mais política feita pelo PT paulista, aquele ninho de anjos do céu) é feita como uma reunião de amigos. A princípio, eu não tenho nenhuma simpatia ou antipatia por Dilma Rousseff. Na verdade, até há alguns meses eu defendia uma candidatura de Ciro Gomes e Pedro Simon, mesmo sabendo que o Simon não é mais o que era antigamente. De qualquer forma, minha simpatia é pelo projeto de governo que hoje Lula capitaneia — mais que simpático, eu sou parte indireta dele. Se Dilma Rousseff for o nome que vai conseguir aglutinar as forças de esquerda e manter esse modelo de governo, e melhorá-lo, então estamos com ela. E não me interessa se fulano ou sicrano ficou pelo caminho. Isso interessa apenas à oposição, que na falta de argumento melhor tenta reviver o mensalão — como se a derrota vergonhosa de 2006 não os tivesse feito aprender. Uma consultoria em marketing político não lhes faria mal.

Em segundo lugar, o João Neto tenta minimizar o que foi uma ascensão absolutamente natural e espontânea de Dilma Rousseff. E negar um fato simples: ela se afirmou como pré-candidata por seu próprio mérito, por sua competência.

O Roberto Procópio está enganado ao comparar Dilma a Lula. Porque os dois desempenham papéis diferentes; o de Dilma é o de fazer as coisas andarem. (E a Marina Silva é mais palatável a quem? Só se for à oposição. Pessoalmente, acho a Marina fascinante. Me bati com ela uma vez no aeroporto de Salvador — e ela tem um quê de verdadeira superioridade humana que me impressiona e me fascina. Mas eleição não é concurso de miss simpatia. A Marina passa, além de uma certa “limitação temática”, fraqueza e doçura excessivas para quem deve comandar um país, e provavelmente seria massacrada nas urnas por um Aécio ou um Serra. Além disso, em termos de percepção eleitoral, o país em questão precisa mais de um discurso consistente, pragmático e crível de justiça social e desenvolvimento do que de defesa da Amazônia. Esse é um tema caro às classes médias e altas que moram em cidades grandes. Mas tente dizer isso ao nordestino que passava fome em Cabrobó ou ao empresário agrícola ou industrial que precisa de incentivos à exportação. Pode-se dizer que a Marina Silva é a Cristovam Buarque do ambientalismo.)

Mas ao mesmo tempo discordo do Gui Losilla quando ele diz que o problema do governo Lula não foi o mensalão, e sim a imprensa. Na verdade, foram os dois. Não dá para negar os desvios éticos de gente como aquele rapaz do Land Rover. Mas também não dá para deixar passar em branco a hipocrisia e a canalhice de grande parte da imprensa, que juntou no mesmo balaio alhos e bugalhos — o caso da Angela Guadagnin, para mim, foi exemplar –, e que desde o início perseguiu o governo Lula com uma ferocidade inaudita mesmo nos primeiros tempos da última ditadura militar. A questão ética, por sinal, é um tema que precisa ser visitado e encarado de frente.

É também em reconhecimento ao caso do mensalão que a candidatura da Dilma se torna mais forte. Não fosse isso, é provável que o candidato mais forte hoje fosse José Dirceu. Mas os escorregões éticos do PT fizeram com que, pelo menos por enquanto, a melhor candidata à sucessão de Lula seja uma mulher que há 8 anos ninguém conhecia. De qualquer forma, isso não interessa. A história das eleições brasileiras é pródiga em candidatos fortíssimos que a vida deixou para trás em menos de quatro anos: Ulysses Guimarães, Leonel Brizola, o próprio Lula em 1994. Em 1997, o candidato provável do PSDB/DEM à presidência em 2002 era Luís Eduardo Magalhães; mas política não se faz com antedência.

É bom lembrar que, nesta eleição, uma das principais qualidades do candidato da esquerda deverá ser a capacidade de receber os votos de Lula. Sozinho, ele é o maior eleitor do país. Serra, que hoje tem 41% das intenções de voto, sabe disso. É por isso que um ponto do post anterior devia ser visto com atenção. Se referia ao desgaste que se deveria esperar de um governo em fim de segundo mandato. É praticamente uma lei da política a presunção de que um segundo mandato é sempre inferior ao primeiro, e mais desgastante. Foi o que aconteceu com Fernando Henrique, por exemplo. E José Sarney nem mesmo precisou de um segundo mandato para ser execrado. No entanto, o que se vê até agora — e lembrando que ainda é cedo para tomar tais coisas como garantidas — é um governo cada vez mais sólido, algo inédito neste país, e a melhor prova possível de sua competência. É contra esse governo atípico que a oposição vai ter que encontrar alternativas e críticas suficientes.

Mas novamente, a oposição comete os erros de sempre. Talvez por não poder evitá-los. Em vez de discutir o modelo de governo que a Dilma vai defender, fica na periferia dos argumentos. Ninguém apresenta uma alternativa de desenvolvimento social ao Bolsa Família que tanto criticam. Ninguém apresenta um modelo diferente de política cultural. Ninguém discute se as obras do PAC são necessárias ou não, ou como se pode melhorar.

Diante desse quadro é justo imaginar: não apresentam alternativas porque não têm.

17 thoughts on “Sobre os comentários a Dilma

  1. sim, e qual foi a alternativa proposta por lula na campanha de 2002?

    disse q banqueiro e capital especulativo não ia ter vez no seu governo. e eles nunca ganharam tanto dinheiro na história desse país.

    Lula protegia os aposentados e dizia em campanha q eles seriam tratados de maneira especial. e lula não fez nada pelos aposentados.

    lula dizia GRITANDO no palanque q sarney era ladrão e anda unha e carne com sarney. lula defende severino cavalcanti, renan calheiros.

    lula disse q ia mudar a política econômica e apenas fez continuar a cartilha imposta por FHC. e enquanto o vento estava a favor, lula posou de pai da matéria. veio a crise e ele tratou logo de tirar o fiofó dele da reta dizendo q a culpa era dos outros.

    meu caro rafael, eu até acho q lula faz um governo razoável, porém com um programa q NUNCA foi do PT. talvez seja uma coisa tucana levemente mais à esquerda com muita mais malandragem demagógica e picaretagem fisiológica.

    entendo e acho legal a sua defesa de lula, do PT e de dilma sargentão, mas aqui pra nós, seus argumentos são dirigidos pra platéia lulo-petista, pros tucanos, pros demos ou pros incautos q acreditam nesta lorota de política partidária brasileira.

    quem é esclarecido não se deixa levar nem pelos militares, nem sarney, nem collor (amigão atual de lula), nem FHC e muito “menas” lula.

    é tudo um bando de picareta. O PT tb é o partido da corrupção pesada, do land rover )coitada da fiat elba de collor) e o partido do dólar na cueca.

    o cara q sabe ler nas entrelinhas já percebeu q a curriola petista já começou a campanha por dilma e o primeiro passo da cartilha do marketing petista é posar de vítima e dizer q a campanha contra ela já começou de forma desleal.

    conta outra, cumpádi. conta a piada do papagaio, vai.

  2. Prezado Rafael,
    Querer restringir “os desvios éticos” do PT e do Lula, ao Silvinho Land Rover é dose, em?
    Ou você acha que o Lula tambem não sabia de nada(aliás nessas horas, ele nunca sabe)? Por aí você tambem vai ter de admitir que acredita em cegonha, papai noel e saci pererê…
    A verdade Rafael, é que o grande mérito do Lula foi ter mantido a políca econômica do FHC, e ter tido a sorte de pegar 6 anos de céu de brigadeiro na economia internacional.
    Mas chegou a “marolinha”…
    Vamos ver o desenrolar desse mar. Vamos ver se realmente o Lula consegue transferir votos e eleger um poste. Pois quando chamo a ministra de poste, não vai nenhum juízo de valor. Trata-se simplesmente da constatação de que ela jamais disputou uma eleição. Jamais teve um voto!
    Quando você fala que o Serra está comprando o Alckmin, eu pergunto, não é isso que o Lula tem feito com todo mundo para poder se manter onde está? O que o Lula está fazendo com o Tião Viana, o que é? Ora Rafael, isso é o jogo polícito. Goste-se ou não.
    Saudações,
    Paraguassú

  3. Tá desculpa, me expressei mal!! Não quis dizer que foi pior e única coisa ruim, só acho que o mensalão do PT teve muito mais destaque na imprensa, que o do FHC…
    Abraço!

  4. Rafael,
    Eu tenho um problema sério para comentar sobre política, pois não acredito em políticos e na sinceridade de sua plataforma ou do seu discurso. Penso que há alguma anormalidade qualquer que a leva a seguir a carreira política, mas longe de mim pensar que fazem isso por amor ao povo, à Pátria, etc. Fazem isso pela ribalta, pelos holofotes e penso que muitos deles são incontinentes verbais e urinários, precisando de fraldas quando falam. Para mim, são essencialmente Narcisos que se afogam na água da fonte, embasbacados com o próprio discurso televisado. O menos ruim que se pode fazer com políticos é promover a rotatividade do poder, desfenestrando-os após um mandato, para que não se achem ungidos, já que são untados. Agora, quanto a comparar o Lula a Dilma eu não fiz esta comparação, apenas mencionei que a Dilma é ao menos alfabetizada, mas está a alguns milhões de anos luz atrás do Lula em matéria de inteligencia política, um gênio na arte de negociação. Acho sim que ela é boi (vaca?) de piranha para o Lula voltar dali a 4 anos. O seu texto, embora não concorde com ele, está, como sempre, muito bom!

  5. @Paraguassú

    Essa história de “o grande mérito de Lula foi manter a política econômica de FHC” é uma das maiores inverdades que eu costumo ler. Já dei minha opinião sobre isso antes, e copio aqui (é lindo citar a mim mesmo, que chique):

    Vamos colocar as coisas em pratos limpos: seis anos são muito tempo, Márcio Rothstein Bacha. Em seis anos, o Brasil já teve cinco moedas diferentes — aliás, sei de um Bacha que criou duas. Sabe Deus quantos planos econômicos são possíveis nesse período. Lembro de um presidente que assim que assumiu confiscou o dinheiro de todo mundo e criou uma nova moeda, pouco mais de um ano depois do Plano Verão.

    A partir do momento em que um presidente assume o seu mandato, a política econômica passa a ser dele. Se ele resolve ou não seguir um modelo anterior, é uma decisão que ele toma. Não se trata de pedir a paternidade do plano Real. Isso é de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, e vai ficar bonita no túmulo deles essa informação. O Plano Real foi fundamental para que o Brasil chegasse ao nível que chegou, sim, e ninguém é imbecil a ponto de negar isso. (A propósito, as iniciativas privatizantes de Collor também foram fundamentais para que se chegasse ao Real, e eu gostaria que sempre que uma viúva de FHC fosse catar o plano Real para jogar na cara dos lulistas lembrasse também disso. Infelizmente, têm vergonha.) Mas a política econômica atual é de Lula. Ponto final. Para desgosto das viúvas, o que vai ficar é que enquanto cada crise internacional deixava o Brasil de quatro na época de FH, o Brasil está resistindo, pelo menos por enquanto, à maior crise econômica que se viu nas últimas décadas.

    (O resto do post está aqui.)

    FHC não inventou a economia. E não é porque Lula respeitou esses fundamentos FHC passa a ser o pai do que foi um processo desenvolvido ao longo da história do país.

    O mais importante, no entanto, é que há diferenças significativas. Há uma série de medidas tomadas por Lula que implicam um avanço real na maneira como a economia é conduzida. O governo FHC foi caracterizado também pela redução sistemática em investimentos sociais. Lula inverteu esse modelo. Esse é, na verdade, o seu grande mérito. Porque se fosse outro, se fosse só a economia que FHC manteve estável às custas dos mais pobres, Lula provavelmente teria chegado ao fim do seu primeiro mandato como aquele chegou ao fim do seu segundo: desgastado e enfraquecido.

    No fim das contas, é curioso que as pessoas ataquem Lula por não ter se comportado como um salvador da pátria ou um Dilson Funaro, mudando tudo. E fica uma pergunta: se Serra se eleger em 2010 e mantiver esses mesmos fundamentos, alguém vai dizer que “ele manteve a política econômica do Lula”?

    Quanto à crise, é como você disse: vamos ver. Mas é preciso ter em vista as diferenças de proporções. Nos tempos de FHC, uma crise qualquer, muito menor que essa, quebrava o país e fazia com que ele tivesse que correr atrás de empréstimos. A Época desta semana, aliás, lembra que foi um empréstimo do Tesouro Americano que o reelegeu em 1998. Que o Brasil vai sofrer os efeitos dessa crise, é óbvio. A questão são as dimensões desses efeitos. Uma coisa é a economia desacelerar porque o resto do mundo está mal das pernas, como um dono de bar vende menos porque seus clientes perderam o emprego. A China já começou o processo. Outra coisa é a economia desabar, como desabava nos tempos de FH, porque uns países na Ásia tomaram um tombo.

    Eu só espero que a oposição tenha a honestidade de reconhecer essas diferenças quando a hora chegar, se chegar.

    Tampouco se está restringindo os problemas do PT ao Land Rover. Releia o texto. Mas indo além, eu também faço uma diferenciação entre casos de ladroagem como o daquele rapaz e a construção de um projeto de poder — como o Genoíno, por exemplo. Porque isso também é política. Não concordo como clima de caça às bruxas que se criou na época. E embora eu não goste muito do argumento, não me parece que haja alternativas melhores.

    E não, eu não estou condenando o Serra por trazer o Alckmin para o lado dele. Faz parte do jogo, e nisso você tem razão. Além disso, ele está jogando corretamente, ao contrário do Aécio, que já começou engessado. Mas eu gostaria de lembrar que quando é a esquerda a jogar esse jogo, a conversa muda de figura.

    @rogério

    O que vale a pena ser discutido no seu comentário foi respondido acima, ao Paraguassú. Só gostaria de lembrar que não precisa ler nas entrelinhas para ver que a campanha já começou, não. Isso está dito textualmente no texto. E que se você quiser mesmo a piada do papagaio, eu conheço um bocado.

  6. Rafael:

    Como todo respeito; inocente é quem acredita no Lula.

    O FHC não inventou a economia, mas, até ele, outros se debatiam a 20 anos para controlar a inflação e não conseguiam. Eu vivi essa época.

    Eu não vi o Lula realizar tamanha proeza; alias proeza nenhuma.

  7. Rafael,
    primeiramente um elogio: parabéns pela atitude dígna de publicar os comentários discordantes. Nota-se claramente que não há censura no blog.
    É uma atitude louvável!
    Mas, e sempre tem um mas….
    Não entendi a sua referênçia ao Genoino. Dolares na cueca, é (são?) um projeto de poder? A mulher do deputado João Paulo Cunha indo buscar grana para ele, é um projeto de poder? Poderia escrever umas quinze laudas só citando esses casos. Desculpe, mas é isso que você chama de projeto de poder?
    E só mais uma coisa: depois desses 6 anos no poder, você considera o Lula de esquerda?
    respeitosamente
    Paraguassú

  8. Sou novo no blog, mas alguém aí podia me explicar a quem “a santa” do comentário 9, está se referindo?

  9. @Paraguassú
    Bem, eu não diria que não existe censura neste blog, não. Existe. O que não existe é cerceamento de debate. Mas seu eu considerar que algo é ofensivo ou idiota demais, não tenho problemas em bloquear um comentário.

    Agora, quanto ao fato de o governo não ser de esquerda: essa acusação era mais comum no começo do governo Lula, quando se dizia que ele tinha traído o projeto social do PT e histéricos comoo Babá e a Heloísa Helena fazia as palhaçadas que fez. Sim, eu continuo achando o governo Lula de esquerda. E devolvo a pergunta: afinal, para você o que é ser de esquerda?

    E o Genoíno caiu por causa dos empréstimos que assinou. Os dólares na cueca — que para mim são mais confissão de burrice do que qualquer outra coisa — foram de um assessor de um irmão dele. Mas naquele momento não importava: era todo mundo culpado de tudo.

    @Bruno
    Err.. A Dilma não faz bem o meu tipo. E só repetindo: meu compromisso é com o projeto, não com as pessoas. Se o candidato acabar sendo o Gabeira, e me provarem que ele é realmente o melhor candidato, lá vou eu cabisbaixo votar nele. 😉

  10. Li o link que vc deu sobre o caso da Angela Guadagnin.
    Me chamou muito a atenção a parte que você fala do caseiro:

    “De todos os episódios da crise, nada me pareceu tão canalha quanto o depoimento do caseiro Francenildo Pereira. Podia-se sentir que Roberto Jefferson falava a verdade, ou parte dela. Mas tudo no caso do caseiro tem cheiro de mentira e de armação. No entanto, ainda assim as pessoas parecem acreditar que o dinheiro que apareceu em sua conta é realmente de um pai que nunca o viu, nunca assumiu a paternidade mas, num arroubo de generosidade e instinto paterno, lhe deu um bom dinheiro às vésperas de um depoimento importante. Isso nunca é questionado, porque não interessa a ninguém.”

    O João Moreira Sales fez um extenso levantamento deste caso na revista Piauí de novembro passado. Lá você fica sabendo que, na época, a Carta Capital foi atrás da historinha do papai altruísta. E nada. Que quase todos os órgãos do estado foram mobilizados para pegar o safado do caseiro. E nada. Enfim, ele refaz todo o caso em brilhante reportagem.

    Para mim, restou do final da leitura que esquerda e direita se parecem muito em um ponto. Para defender os seus, é rola no rabo do pobre. E como sempre, o caseiro levou rola da grossa da esquerda e da direita, e acabou para muitos com a alcunha de canalha.
    rodrigo

  11. Quando tudo está dito e bem dito, acrescentar ou mesmo rebater é atestar qualidades pouco louváveis.

    Parabéns, mais uma vez, pelo texto, Rafael. E olha, eu também sonhei com uma chapa Ciro Gomes e Pedro Simon. De alguma forma talvez Dilma cumpra a mesma função. Certos problemas no enfrentamento das oligarquias da comunicação só se resolverão quando houver um choque direto entre autoridades do executivo e essas forças. Lula, pelo seu temperamento recente, deixou passar boas oportunidades que lhe garantiram estabilidade política — mas um dia será preciso enfrentar esse problema que ainda obstrui o fortalecimento de nossas instituições, especialmente as do judiciário (vide o caso Daniel Dantas, um dos pontos em que o governo Lula ainda escorrega).

  12. O povinho chato esse do discurso “Lula não sabia de nada?”. Acho o governo Lula ruim, mas bem melhor que o do FH, Collor e Sarney. O Lula é um cagão de ter antecessores tão ruins. Sobre a Dilma, acho que ela é muito melhor que os outros dirigentes do PT. Meu Deus, comparar ela com a cambada paulista (Palloci, Dirceu, Genoino, Mercadante, etc.)!!! Nem estou falando de corrupção, estou falando de projeto. Alias, acho que a Dilma vai ser melhor que o Lula. Ela poe as coisas pra frente. Dizer que o PAC é uma listagem de obras é errado. Para mim, o PAC é preparar o Estado para investir. Depois de décadas de engessamento, de estado mínimo, o Estado mesmo querendo não consegue gastar. Demora. Mas, se compararmos ao New Deal, aos planos chineses, vemos que o PAC é muito pequeno.

  13. Tem gente mais tola do que pensava,alias aqui no Brasil não adianta.

    Se é ditadura é um horror se votamos há fraude e o povão não sabe votar e os candidatos são péssimos,não tem jeito!!Gente não se iluda essa Dilma é uma mulher muito ruim,mal educada e grossa só serve para ser ditadora,enfim muito mandona não é aberta ao dialogo.Aqui no Parana tem em igual a ela:Roberto Requião!! 03-10-2009 OBS:Que Desilusão!!!!!!!!!!
    ladyCat

Leave a Reply to Roberto Procopio Cancel reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *